Os caras-de-pau
E aí, feliz com o trabalho? Claro que é com você que estou falando, com quem mais poderia ser? Repito a pergunta: feliz com o trabalho? Com o teu trabalho, com o que fazes, ganhas, essas coisas, feliz?
Pois estou de volta a este cansativo assunto porque vivo lendo sobre mercado de trabalho, para saber das coisas e não ficar depois batendo panelas contra o governo sem nenhuma razão, o que muitos fazem e se achando ainda com razão… Acabo de ler, por exemplo, que 90% das pessoas com turbulências, dificuldades no trabalho alegam que a falta de recursos financeiros é o que as atrapalha na busca por qualificação… Ah, vão mentir para o cachorrinho lá na esquina.
Faz tempo que memorizei uma frase que era muito simpática para o presidente Kennedy, dos Estados Unidos, aquele que foi baleado e morto em Dalas, Texas. Kennedy dizia que “Onde há uma vontade, há uma saída”. E será que eu precisava recorrer ao falecido presidente americano para dizer uma obviedade dessas? Ora bolas.
Quando alguém quer alguma coisa é porque essa coisa já lhe foi aprovada pelo “inconsciente”. Nunca vamos desejar algo sério senão depois da aprovação do nosso sistema mental inconsciente, e por uma razão incontestável: ninguém deseja ou sonha com o que lhe é sabidamente impossível. Nossos sonhos, desejos, já disse aqui várias vezes, nunca resultam de uma loucura nossa, eles podem ser difíceis, muito difíceis, “quase” impossíveis, mas… Ficam dentro do possível. Namorar a Anita, vamos combinar, não é para qualquer um… Mas é possível, possível é… Loucura seria não sonhar com esse namoro…
Ficando na raia do trabalho, um camarada vir me dizer que não se qualifica, que não consegue a desejada proficiência em razão de não ter dinheiro é de uma cara-de-pau a merecer cadeia ou internação psiquiátrica. Dissimulado.
É a vadiagem que não viabiliza a realização de muitos sonhos do povo, vadiagem pura. O cara se encosta no poste das desculpas e fica a virar páginas e páginas com desculpas esfarrapadas. É como alguém dizer que por ser pobre não pode tirar o primeiro lugar no vestibular de Medicina da Universidade de São Paulo. Ora bolas, o que impede não é a pobreza, é a fraqueza de alma e a vadiagem da acomodação e das desculpas. Estamos entendidos? Ah, que bom!