
Dá para reagir
Passei os olhos pela manchete, senti nojo e vontade de sair batendo… Batendo de tal modo que os vagabundos tivessem feridas para cicatrizar pelo resto da vida. Depois da manchete, corri os olhos por algumas linhas da reportagem, não era preciso mais, leio sobre esses fatos desde que nasci…
A manchete dizia – “Crise econômica freia denúncias de assédio sexual no Brasil”. Assédio sexual é o oportunismo, o abuso de vagabundos “chefes” diante de mulheres que lhes prestam serviço e em cargos “menores” dentro de empresas. E por que a crise econômica freia as denúncias? Porque a maioria das mulheres assediadas tem medo de perder o emprego se reagirem.
– Ah, companheiras, a reação de vocês tem que ser tomada no primeiro dia de trabalho e ela se expressa por todos os modos da pessoa e por sua intransigência já, de imediato, por exemplo, diante de “cantadinhas” aparentemente sem intenções mas visivelmente visando a constranger a mulher, a colocá-la no “seu devido lugar”, como subalterna…
Há quem me diga que não é bem assim, que não é possível evitar abusos de homens safados, desrespeitosos, toscos… Claro que é possível. Já disse, o modo de agir, as roupas, a fala, os gracejos, os risos, tudo nos revela e passa mensagens a quem estiver por perto. E diante do primeiro “avanço” tomado como indevido pela mulher ali está a chance do ponto final. É reagir na hora, com habilidade, assertividade, um sorriso até, mas… com a firmeza da Sacratíssima Madona.
Aceitar desaforos de homens sujos, quase todos eles casados, afinal, são chefes, donos de empresas, é não se respeitar. E isso sem falar que nada garante emprego diante de gente safada, nada. É reagir “preventivamente” – uma espécie de legítima defesa putativa – aquela que você faz “imaginando” que vai ser atacada/o… Mas veja bem, insisto, tudo tem que ser feito no primeiro dia de trabalho, ou de aula ou do que for, no primeiro dia. Depois já será tarde.
E para terminar este assunto enjoado, aceitar desaforos, humilhações, por medo de perder o emprego, credo, que horror, a pessoa já perdeu o mais importante ao ficar quieta: a dignidade.
Denúncia
– Ah, e outra coisa: todos na empresa têm que ficar sabendo quem foi o protagonista do assédio sexual, quem foi o chefe vilão… Nome, endereço e CPF do safado. Claro, tudo dentro da lei moral, se de fato houve a tentativa de ataque. Frases bobas, brincadeirinhas baratas têm que ser compreendidas, fazem parte do ambiente de trabalho. E, cá para nós, sabemos bem quando nos estão humilhando e quando não estão. Sem esse descortino, nada feito. A última das virtudes é fazer-se a mulher de vítima indefesa. Não nasceu até hoje uma mulher indefesa, as atacadas ou não quiseram ou não souberam se defender. E as que ficam quietas não deviam ter nascido.
Ridícula
Ela já foi “famosa”, está bem encarquilhada mas não perde o jeito… Dia destes, a famosa passou dicas às mulheres sobre como apimentar a relação sexual com o marido. Uma das dicas é fazer a faxina da casa só de camisola, sem calcinhas… Deixar cair um objeto e abaixar-se para pegá-lo, mostrando quase tudo… Depois do banho noturno, deitar nua e com o cabelo molhado… Besteiras loucas. Imagine uma mulher com mais de um mês de casada fazendo isso. Só uma desvairada de hospício.
Falta dizer
Na cozinha da empresa está escrito: Usou, lavou, guardou. Eles e elas usam, não lavam e não guardam. Exceções? Sim, algum “louco/a”. É pegar a todos no flagrante, mandá-los lavar, guardar e sumir por três dias de suspensão. Vagabundos/as.