
Momentos na vida
Uma pergunta estranha: o que você acha melhor, ser feliz na juventude ou na velhice? E por velhice admitamos depois dos 50 anos… O que você acha?
Acabei de ouvir uma palestra de um homem, um pouco acima dos 50 anos, que se diz realizado na vida, e ele se realizou sendo um “nada”, isso mesmo, um nada. Logo depois de ouvi-lo, li uma entrevista, talvez você a tenha lido também, de uma mulher, um pouquinho acima dos 50 anos, que foi muito famosa, é rica mas… anda encrencada, bem encrencada.
Você sabe que não precisamos de nada para sermos felizes, podemos ser felizes debaixo da ponte e infelizes num “triplex”. A chave que abre a porta da felicidade está dentro de nós, essa porta só abre por dentro, ninguém tem força para arrombá-la.
O cidadão que ouvi na palestra contou da vida dele. Teve do bom e do melhor na infância e adolescência, família com recursos. Sua vida profissional começou num bom cargo num grande banco, não gostou. Tentou ser oficial do Exército, conseguiu. Decepcionou-se e entregou a farda. Foi para o Direito, desconsolou-se ao descobrir que é uma ciência de aparências, frágil e não raro embusteira, desistiu… E agora vive feliz, realizado, sendo um… nada. Vende bugigangas para manter-se vivo, mas feliz… Alguém pode contestá-lo? – Ah, é louco? E não será louco um infeliz rico, apertado por circunstâncias, casamento e trabalho enfadonhos? Para os outros um sucesso, para ele mesmo um nada…
Já a jovem mulher, pouco acima dos 50 anos, famosa, rica e… com a testa franzida. Uma das razões, e são muitas, é ter a filha longe dela, a filha resolver “viajar”, sair para a vida, aprender inglês e viver nos Estados Unidos… Mas por que abandonou a mãe, que muito depende dela emocionalmente? Por que abandonou a mãe se bem podiam viver juntas por aqui e até mesmo “comprar” um curso de inglês? Ah, invenção da jovem insensível, o que ela queria era bater asas, voar para longe, ser “livre”, livre para… voar…
Leio essas histórias e fico pensando: difícil ser feliz. Quando colocamos a nossa felicidade na dependência de alguém é certo que seremos infelizes. Não podemos depender emocionalmente de ninguém, e de nada, para sermos felizes.
Um é feliz não sendo nada… A outra é infeliz tendo tudo (materialmente) e sendo ainda aplaudida como famosa. Como se explica? Não se explica, a felicidade não tem explicação.
Sorte
O ser humano, seja quem for, nunca passou de uma barata tonta nesta terra, ainda que uma barata cheia de dinheiro, títulos, graus… Acabo de ler um anúncio de um tarólogo, em São Paulo, o anúncio diz que – “Seu nome pode ser o problema de sua vida”. E o “cientista” da numerologia promete vida melhor para os estultos que acreditam que tirando ou botando uma letra no nome de batismo lhes vai mudar o destino. Pobres diabos da fé “barata”… Nojo.
Destino
99% do que colhemos na horta da vida vêm dos nossos pensamentos e ações, escrevemos o nosso destino. Mas sobra ainda aquele 0,1%… Aí, o sujeito cuidadoso vai indo pela calçada e lhe cai um tijolo na cabeça, bah, que azar… O que explica o azar diante do inevitável, o que explica o azar para uma pessoa cheia de cuidados, será “destino”, o inevitável? Todas as nossas respostas não passam de desejos. É duro não ser Deus…
Falta dizer
A mulher passava “pelo” caixa no supermercado, sorria, ela estava levando ração para… os passarinhos dela. Que miserável existencial. Mas ela vai reencarnar… passarinho, numa gaiola. Pagará, ah, pagará!