Uma fábrica clandestina de pães e gelo foi interditada no último fim de semana no bairro Sertão do Trombudo, em Itapema, Santa Catarina, após uma operação conjunta da Polícia Militar e da Vigilância Sanitária. O local, que funcionava sem alvará e em completo descaso com as normas sanitárias, chocou as autoridades pela precariedade das instalações e pelas condições de vida de dois trabalhadores que residiam no próprio galpão da produção.
Durante a ação, motivada inicialmente por uma denúncia de furto, os agentes se depararam com uma situação alarmante. Dentro do galpão, os dois funcionários viviam em meio à sujeira, com colchões sujos no chão, forte odor no ambiente, geladeira e utensílios de cozinha completamente deteriorados. A fábrica operava sem qualquer registro formal de vínculo empregatício e os trabalhadores recebiam por diárias, segundo relato do proprietário.
A inspeção constatou que tanto a área de fabricação de gelo quanto a panificadora apresentavam sujeira impregnada, paredes e pisos deteriorados. No setor de panificadora foi detectada ainda a presença de ratos, baratas e até de um gato circulando livremente entre os equipamentos. Os fiscais determinaram a interdição imediata do local e programaram uma nova ação para recolhimento dos produtos ainda nesta semana.

Além das condições sanitárias alarmantes, o caso levanta suspeitas de exploração de trabalho em condições degradantes. A Polícia Militar tentou contato com o Ministério do Trabalho, mas até o momento não houve retorno. As autoridades municipais informaram que o caso será acompanhado tanto pelos órgãos sanitários quanto pelas instâncias responsáveis pelas condições laborais.
Os produtos fabricados na unidade clandestina estavam sendo distribuídos a mercados e comércios locais. A Vigilância Sanitária agora trabalha para rastrear os itens já comercializados e apurar a eventual responsabilidade dos estabelecimentos envolvidos.