Mesmo com o mundo se tornando cada vez mais digital, ainda há pessoas que optam por preservar a história por meio de selos. Estes pequenos pedaços de papel podem carregar séculos de memórias e cultura.
Tiago Philippi coleciona selos há 37 anos e já possui aproximadamente 12 mil exemplares. “Ganhei os meus três primeiros exemplares quando eu era criança e me chamou muita atenção pela beleza das imagens estampadas neles. Com isso, os guardei com muito cuidado e carinho.”
Deste então, ele começou a buscar por mais selos em cartas recebidas por parentes. “Tive bastante incentivo da minha família e muitas orientações de uma senhora filatelista na cidade. Aos poucos, fui aprendendo a conservar e os classificar adequadamente”, destaca.
Tiago conta que os selos que lhe motivaram a iniciar a coleção possuem um valor sentimental especial pelo que representam. “Eles são do ano de 1979 e com um valor de catálogo muito baixo. Mas, como sempre falamos no mundo da filatelia, a história envolvida nos itens que colecionamos nos traz um valor inestimável.”
Além disso, exemplares que carregam estampas de datas marcantes e que estavam presentes nas épocas em que os fatos aconteceram cativam os olhos de Tiago. “Fico fascinado com os primeiros selos emitidos no Brasil: os famosos ‘Olho de Boi’, que caracterizam um divisor de águas, marcando para sempre a história do nosso país.
ambém há aqueles que são comemorativos ao encerramento da 2ª Guerra Mundial, os quais têm impresso em sua face a palavra ‘PAZ’, trazendo uma sensação de que precisamos aprender a evoluir sempre”, acrescenta.
Atualmente, Thiago segue com a sua paixão e a curiosidade pelo colecionismo. “Eu mantenho a minha coleção e procuro sempre incentivar outras pessoas a começarem este hobby.”
Clube Filatélico Flor de Lis dos Escoteiros de Pomerode
No dia 05 de outubro, houve a fundação do Clube Filatélico Flor de Lis dos Escoteiros de Pomerode. O objetivo é destacar a divulgação da filatelia e os benefícios trazidos aos que a praticam.
Além disso, o clube visa promover encontros entre os membros e a interação com outros colecionadores e profissionais de diversas áreas. “Queremos incentivar a busca por conhecimento e instigar a curiosidade não só dos escoteiros, mas todos que desejarem participar ao evoluir com suas coleções”, comenta Tiago, que também é o presidente do clube.
Ele conta que a iniciativa surgiu a partir de uma parceria com Luiz Alfredo Mayer, que realizou o 1º Colepo em Pomerode. “Após isso, em conjunto com o presidente do Grupo Escoteiro, Raphael Hoffmann, iniciamos um projeto para apresentar a filatelia para nossos jovens e recebemos doações de colecionadores e associações.”
Em um dos encontros do projeto, Tiago pôde conversar com Acir Camargo, adulto voluntário de um grupo de escoteiro de Piçarras, colecionador de selos e presidente do Grupo Filatélico Baden Powell. “Deste momento em diante, a ideia estava consolidada. Agendamos um novo encontro e, nesta ocasião, foi fundado oficialmente nosso Clube Filatélico”, relembra.
Segundo Tiago, o colecionismo proporciona aos praticantes o contato com fragmentos de história que podem ser revividos enquanto evoluem suas coleções. “Os selos retratam fatos que estimulam a pesquisa a qual será incentivada em nossos encontros, em que os jovens serão convidados a falar sobre suas coleções e os temas que escolheram colecionar.”
Além disso, os integrantes terão atividades como escrever cartas para amigos e parentes, fazer intercâmbio de troca com outros grupos de escoteiros e até participar de um projeto de troca internacional. “Desta forma, eles aprendem redação, outras línguas e como negociar e trocar selos. O resgate cultural também está em incentivar a busca do conhecimento dos idosos em suas famílias, que contribuem com um valioso patrimônio cultural de nossa cidade”, finaliza.
