Habilidoso com as palavras, Rafael Lopes de Matos, o comandante Matos, descreve com detalhes as lembranças do dia em que recebeu a espada de Oficial da Marinha. “Poucas são as atividades profissionais que marcam, materialmente, as suas datas, os grandes feitos e diferentes fases ao longo do tempo. Muito provavelmente seja esse o diferencial da carreira militar”, contextualiza.
Nesse mês, ele celebrou um importante marco como integrante das Forças Armadas. Foi no dia 12 de setembro que o já reformado Capitão-de-Fragata Rafael Lopes de Matos completou 50 anos do recebimento de sua espada de Oficial da Marinha. “Um marco solene e único na vida de todo militar brasileiro.”
Foi em 1974, aos 25 anos, que ele prestou, na Escola Naval, no Rio de Janeiro, o juramento solene e recebeu a espada de oficial. “Símbolo da honra, da dignidade, dos valores e da autoridade militar, garantidos pela Constituição”, completa.
Trajetória
Após servir no primeiro navio, o Porta-Aviões Minas Gerais, o então 2º Tenente foi designado para servir na Capitania dos Portos do Estado de Santa Catarina, em Itajaí, onde permaneceu por pouco mais de três anos. De lá, seguiu para Ladário, no Pantanal, onde serviu por dois anos, como imediato do Navio-Tanque Potengi, unidade da Flotilha do Mata-Grosso.
“À medida que avançava na carreira, cumpri com rigor as fases de cursos de aperfeiçoamento e de qualificação acadêmica, como oficial intermediário e superior, servindo em órgãos de assessoria técnico-administrativa e de estado-maior de grandes unidades da Marinha. Foram muitas as experiências que marcaram minha carreira.”
Comandante Matos cita ainda as diversas condecorações e elogios recebidos. “Inclusive uma referência elogiosa concedida pelo ex-presidente dos Estados Unidos, George H. Bush, pelo resgate de cidadãos americanos acidentados no mar na área marítima sul brasileira, em 1990”, conta.
Pomerode como casa
Concluído o tempo de Serviço Ativo na Marinha, passou para a Reserva e escolheu Pomerode como casa. Mantendo-se intelectualmente ativo, cursou pós graduação em Administração Pública pelo INPG de São Paulo; em Relações Internacionais pela UFPR, em Curitiba/PR; em Radialismo pelo Núcleo Lapa Scipião, do Senac São Paulo; e, mais recentemente, graduou-se em Jornalismo pela UniSociesc, de Blumenau.
Como jornalista, é correspondente radiojornalístico, há 16 anos, de uma emissora do Rio Grande do Sul. Além do livro “Marinha – a saga de um guerreiro”, publicado em 2017, tem inúmeros artigos escritos e publicados. Para ele, a espada de oficial da Marinha do Brasil, recebida há cinco décadas, “é a prova material irrefutável e inconteste a indicar que sempre restará muito o que fazer”.