O Bolão é um dos mais queridos e tradicionais esportes praticados em Pomerode. É comum observar jogadores mais velhos nas pistas, mas se engana quem pensa que a modalidade não chama atenção dos mais jovens e vê neles a esperança para a renovação.
O projetista Henrique José da Silva, de 19 anos, é um exemplo desta tão desejada nova geração. Ele brinca ter começado a jogar ainda na barriga da mãe. “Fui criado dentro de um clube de caça e tiro. Posso considerar como minha segunda casa e, desde quando me conheço por gente já brincava de jogar Bolão. Então, pode-se dizer que é o meu primeiro esporte”, conta.
Para ele, o Bolão é coisa de família, já que praticamente todos jogam ou já jogaram: pai, mãe, irmãs, cunhados, tios, tias e avós. A brincadeira de infância passou a ser uma paixão e, assim como ocorre para muitos, os primeiros passos na modalidade foram difíceis. “O Bolão exige muito treino, dedicação e experiência”, explica Henrique.
O primeiro campeonato disputado por ele foi um estadual de juniores em Timbó, nas canchas da Metisa. A colocação na oportunidade foi um 4° lugar. De lá para cá, já foram muitas as conquistas e a experiência adquiridas. Ele foi campeão do Estadual Juniores, em 2018; campeão dos Jasc em 2022; campeão da Copa NDTV em 2022; campeão do Regional do Vale do Itajaí em 2022; campeão da Copa Itaiópolis em 2023 – Braço de Prata da competição; campeão da Copa Barra Velha em 2024 – Braço de Prata da competição; e campeão da Taça Santa Catarina em 2024 – Braço de Bronze da competição.
Participando de tantas competições, ele explica que é sim mais difícil ver jovens praticando, mas existem diversos deles, alguns com mais e outros com menos visibilidade. “O sentimento de ser uma nova geração é empolgante, pois todo mundo torce pelo sucesso dos jovens dentro do esporte. Sempre que alguém mais novo está jogando, costuma ser o centro das atenções.”
Essa torcida se deve à esperança de que a tradição da prática do Bolão se estenda para as próximas gerações. “Faço um apelo pessoal pelo futuro do Bolão. Nosso foco deve ser os jovens, agora mais do que nunca, pois o que será de um esporte em que existe pouca renovação de atletas? Precisamos ter em mente que os campeonatos estadual e brasileiro de juniores possuem imensa importância, visto que é ali que se revela novos jogadores. Os outros campeonatos de uma forma ou de outra irão acontecer, mas os juniores não possuem essa independência. Precisamos de apoio, de investimento e de incentivo por parte da comunidade e também da Federação de Bolão. Muitas histórias já foram criadas em campeonatos juniores e não podemos perder isso de jeito algum”, destaca Henrique.
Para as crianças e jovens que se interessam pela modalidade, ele explica ser o esporte perfeito para quem é competitivo, busca sempre novos desafios e objetivos e que quer fazer novas amizades. “O começo é difícil, mas não desista, todo esforço vai valer a pena quando os resultados e o reconhecimento começarem a vir. E sobre amizade, a comunidade do Bolão está recheada de pessoas boas e de todas as idades, te garanto que não faltará oportunidade de estar rodeado de amigos e felicidade.”
Para encerrar, Henrique pede também o apoio dos pais, para que incentivem os filhos e oportunizem a entrada e a permanência deles nesse esporte. “Todos os anos vejo muitas crianças jogando bolão, principalmente em festas de reis, dá para ver que elas adoram e se divertem. Sempre convidamos para que voltem, mas isso nunca acontece. Para que elas retornem, os pais precisam querer tanto quanto os filhos. Levar para o Bolão, dar apoio financeiro e motivacional é de extrema importância para que as crianças joguem”, finaliza.
