A região litorânea de Santa Catarina tem enfrentado chuvas persistentes e volumosas desde a última quarta-feira, dia 10. Na noite de sábado, dia 13, a região mais atingida por alagamentos e deslizamentos foi a Grande Florianópolis.
Em Palhoça, entre sábado e o início de domingo, dias 13 e 14, foram registrados 500 mm, volume quatro vezes maior do esperado para todo o mês de abril. Os acumulados mostram que foram vários os municípios que registraram volumes acima de 100 mm.
Além disso, uma estação pluviométrica particular da concessionária Arteris S.A., localizada no município de Palhoça, na localidade da enseada do Brito, na BR 101 – Morro dos Cavalos, registrou cerca de 215mm entre a meia noite e às 5h de domingo, dia 14. Isso corresponde a cerca de duas vezes o esperado para o mês de abril em um curto período de tempo.
Entre sábado e o início de domingo, foram registrados 500 mm. De quarta-feira até domingo, o total soma 666 mm, sendo cerca de cinco vezes o esperado para o mês de abril em apenas quatro dias.
Este volume de chuva extremo, mostra como a influência local da orografia influencia as regiões de chuva volumosa em eventos de circulação marítima no litoral.
“A orografia da região, ou seja, o relevo, influencia para que as chuvas volumosas vindas do mar não transpassem as localidades com maior altitude, se concentrando no litoral do estado”, declarou Matheus Klein Flach, gerente Territorial e Urbano da Secretaria da Proteção e Defesa Civil de Santa Catarina (SDC).
Segundo o Relatório elaborado e emitido pela Diretoria de Gestão de Desastres da SDC, às 11h de domingo, sete municípios da Grande Florianópolis relataram ocorrências diversas, são eles: Palhoça, Florianópolis, São João Batista, São José, Biguaçu, Garopaba e Antônio Carlos.

De acordo com informações provenientes das estações meteorológicas oficiais da Epagri, INMET e Cemaden, de quarta-feira à domingo, foram registrados mais de 200 mm de chuva em áreas do Litoral Sul e Grande Florianópolis. Destacam-se valores pontuais, como os 325 mm em Praia Grande e os 377 mm em Garopaba.

Principais ocorrências relatadas pelos municípios
Em São João Batista, moradores foram retirados pelo Corpo de Bombeiros Militar nas localidades de: Fernandes Cardoso, Carmelo Dentro, Colônia, Tijipio e Tajuba. As famílias afetadas no município foram remanejadas para a localidade de Nova Esperança.
Em Florianópolis, houve um desabamento de muro e deslizamento de terra no bairro Costeira. Não houve vítimas e os moradores irão se deslocar para casa de familiares. Até o momento ocorreu o total de seis deslizamentos em encostas de morros e alagamentos crônicos em vias públicas no centro da cidade. Equipes da Defesa Municipal estão auxiliando a população.
Em Garopaba há vários pontos de alagamento, sendo que duas ruas principais do município estão bloqueadas. A equipe do Corpo de Bombeiros Militar está auxiliando na remoção das comunidades atingidas. Além disso, foi disponibilizado o Ginásio Municipal para acolhimento da comunidade afetada.
No município de Paulo Lopes há alagamentos crônicos que dificultam a mobilidade urbana local. Equipes já estão atendendo. O Rio Imaruí não está mais causando pontos de inundação, porém ainda está acima do nível.
Ocorrências no interior ainda estão sendo contabilizadas pelo município. Até o momento sem desalojados ou desabrigados, quatro pontes ficaram submersas na área urbana, com três quedas de barreira em via pública, todos os acessos já foram desbloqueados.
Nenhum município solicitou Itens de Assistência Humanitária ou Decretos de Situação de Emergência, até domingo, dia 14. Quanto aos danos e prejuízos, 40 pessoas estão desalojadas no município de Biguaçu, duas pessoas em Imbituba, e oito em São José.
Monitoramento hidrológico
As chuvas ocorridas ao longo da madrugada de domingo, dia 14, associadas aos volumes já registrados, causaram alagamentos e enxurradas em diversos municípios, principalmente nas regiões da Grande Florianópolis, Litoral Sul e Litoral Norte de Santa Catarina.
Também ocorreu elevação do rio Cubatão, no município de Santo Amaro da Imperatriz, onde o nível do rio chegou a 4,80m, em nível de alerta, porém já apresentando recessão ao longo da manhã, com nível de normalidade (3,33m – 12hs).
Situação parecida verificada no rio Itajaí-Mirim, no município de Brusque, onde o nível verificado na estação de monitoramento chegou a 4,09m, em nível de atenção, também apresentando recessão ao longo da manhã, retornando a nível de normalidade (3,09m – 12hs).
O principal ponto de atenção é na bacia hidrográfica do rio Tijucas, o rio de mesmo nome segue em elevação gradual, devido às águas advindas das regiões de cabeceira. O rio segue em nível de normalidade, em 4,76m (12hs) na estação de monitoramento localizada no município de São João Batista.