A Prefeitura de Pomerode, por meio da Secretaria de Saúde, informou ter recebido oito novos laudos positivos de dengue na terça-feira, dia 27. Segundo o informativo, quatro pacientes não tiveram deslocamento para outras cidades, sendo considerados casos autóctones. Todos os pacientes registraram sintomas leves da doença.
Com os novos laudos, o município registra agora 24 casos positivos de dengue em 2024. Pomerode já detectou 38 focos de dengue desde o início do ano: 20 no Centro, oito em Testo Central, dois no Ribeirão Clara, dois em Rega, três em Testo Rega, dois no Wunderwald e um em Testo Alto. Outros 37 casos seguem em investigação e 90 foram descartados.
Confira as informações sobre os oito novos laudos positivos de dengue:
Caso nº 17 – 20 anos, mulher, com sintomas leves da doença – Ribeirão Clara;
Caso nº 18 – 47 anos, homem, com sintomas leves da doença – Testo Central;
Caso nº 19 – 22 anos, homem, com sintomas leves da doença – Testo Alto;
Caso nº 20 – 25 anos, mulher gestante, com sinais de alarme – Centro;
Caso nº 21 – 37 anos, homem, com sintomas leves da doença – Testo Rega;
Caso nº 22 – 32 anos, mulher, com sintomas leves da doença – Testo Central;
Caso nº 23 – 70 anos, mulher, com sintomas leves da doença – Centro;
Caso nº 24 – 63 anos, mulher, com sintomas leves da doença – Centro.
Números que, para a secretária de Saúde de Pomerode, Lígia Hoepfner, são preocupantes. “Primeiro, por termos um início precoce dos casos de dengue. Normalmente, eles começam a aparecer em março a abril. No entanto, nesse ano, desde janeiro já temos casos confirmados, aumento de casos suspeitos e de focos do mosquito. Além disso, também temos transmissão dentro do município, que chamamos de casos autóctones, que é quando a pessoa não tem histórico de ida ou viagem para outro município. Então, a transmissão ocorreu dentro de Pomerode”, explica.
Prevenção e cuidado
De acordo com a coordenadora de Vigilância Epidemiológica de Pomerode, Simone Isabel Steffens da Silva, a principal forma de prevenção da dengue continua sendo o combate ao mosquito. “Portanto, é necessário eliminar todos os materiais e utensílios que podem acumular água. É importante reservar alguns minutos durante a semana para avaliar a parte interna e externa da residência, com atenção especial para os vasos de plantas, calhas, reservatório da geladeira, ralos, entre outros.”
A utilização de repelentes também é recomendada. “Inclusive para quem está com suspeita ou confirmação de dengue. Os repelentes devem conter uma das seguintes substâncias: Icaridina 20-25%, DEET 10-15%, IR3535 e devem ser reaplicados conforme a recomendação do fabricante”, pontua.
Além disso, caso a população identifique algum local que esteja com acúmulo de lixo ou água, pode realizar uma denúncia por meio da ouvidoria municipal. “Com isso, será investigado o local para que não tenhamos mais focos do mosquito. Precisamos muito da colaboração da população para conseguirmos combater a dengue e fazer com que o mosquito, que é o transmissor da doença, não se multiplique e prolifere no nosso município. Pedimos que todos atuem em conjunto e em cooperação no combate a essa doença que chegou com muita força agora no início do ano tanto no nosso município quanto no estado e pais”, evidenciou a secretária.
Sintomas e alertas
Os sintomas da dengue são: febre, cefaleia, mialgias, artralgias, dor retro-orbital. Podem ocorrer, também, náuseas, vômitos e manchas vermelhas na pele. Segundo Simone, o sintoma mais comum é a febre, que geralmente pode ser alta e com duração de dois a sete dias e que deve estar associada a pelo menos dois outros sintomas.
Caso a pessoa esteja com sintomas da doença, a orientação é que procure os serviços de saúde. “Se ela ainda tem dúvidas, pode entrar em contato pelo aplicativo Alô Saúde, que os profissionais estão preparados para atender casos suspeitos de dengue e fazer os encaminhamentos corretos”, explica a secretária.
Já em casos de sintomas muito fortes, é possível ir até o atendimento de emergência no Hospital e Maternidade Rio do Testo. “É recomendado que as pessoas com suspeita ou confirmação de dengue procurem atendimento médico imediatamente se apresentarem sinais de alarme: dor abdominal intensa (referida ou à palpação) e contínua; vômitos persistentes; sensação de desmaio ou desmaio; sangramento de mucosa – gengiva, nariz; e letargia e/ou irritabilidade”, enfatiza a coordenadora.
Tratamento
Ainda não existe tratamento específico para a dengue. Por isso, os medicamentos indicados têm como objetivo somente aliviar os sintomas, como a dor e febre. “Importante ressaltar que só devem ser utilizados medicamentos prescritos pelo médico. Os medicamentos que devem ser evitados são os que podem aumentar o risco de sangramento, como AAS e aspirina. Anti-inflamatórios, corticoides e antibióticos são contraindicados e só podem ser utilizados se prescritos pelo médico”, enfatiza Simone.
Com a suspeita ou laudo positivo para a dengue, a indicação mais importante é manter-se hidratado. “O ideal é que a pessoa beba 60 ml de líquido por quilo de peso por dia. Portanto, uma pessoa com 70 quilos deve ingerir pelo menos 4.200 ml de líquido por dia (70 kg x 60 ml = 4.200 ml). Não é necessário beber apenas água, pode ser ingerido também suco, chá, caldos, água de coco, sais de reidratação oral, entre outros”, completa.
Ajuda do Governo do Estado
A governadora de Santa Catarina em exercício, Marilisa Boehm, a secretária de Estado da Saúde, Carmen Zanotto, e o diretor da Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina, João Augusto Brancher Fuck, assinaram na quinta-feira, dia 22, o Decreto Emergencial Epidemiológico em razão da Infestação do mosquito Aedes Aegypti em Santa Catarina.
Já na sexta-feira, dia 23, o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (Ses), repassou cerca de R$ 5 milhões aos municípios catarinenses para ações de enfrentamento à dengue.
Este recurso é referente a segunda parcela do total de R$ 10 milhões, para organização dos 295 municípios a fim de reduzir os casos da doença em 2024. A primeira parcela foi repassada em novembro de 2023. Nesta segunda parcela, Pomerode recebeu R$ 20 mil.
O Estado oferece continuamente aos municípios apoio técnico e fornecimento de insumos, como larvicidas, inseticidas e testes diagnósticos, além de veículos para aplicação dos inseticidas. Também foram empregados outros recursos em campanhas de mídia e comunicação social, que somam mais de R$ 7 milhões também durante o ano passado.
“O recurso já está na conta dos municípios. Com ele, é possível fazer a contratação de pessoal, ações locais, mutirões de limpezas e outras ações necessárias para evitar a proliferação do mosquito da dengue. As ações de combate neste momento são fundamentais para evitar o aumento significativo de números de casos. O Estado decretou Emergência Epidemiológica em razão da infestação do Aedes aegypti em Santa Catarina, demonstrando a nossa preocupação e agindo na prevenção e no atendimento dos pacientes após o cometimento pela doença”, reforça a secretária de Estado da Saúde, Carmen Zanotto.
Santa Catarina tem 21.800 casos prováveis de dengue em 204 municípios. Já foram confirmados, no sistema oficial, nove óbitos por dengue em 2024 (seis em Joinville, um em Araquari, um em Itajaí e um em Itapiranga).
