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Um olhar ao passado, de portas abertas para o futuro

Marciana Wehrmeister fala sobre o cultivo orgânico e a chegada do turismo de experiência à propriedade

Marciana Wehrmeister, 35 anos, decidiu junto com o companheiro, Marcos Hoffmann, dar vida e uma nova cara à propriedade da família no Morro da Turquia. No sítio, com uma das vistas mais privilegiadas de Pomerode, rodeado por verde e muita água fresquinha, iniciaram a plantação de morangos orgânicos. “Eu gosto porque é bem tranquilo, bem sossegado, não tem nada de barulho da cidade, é mais natureza”, afirma.

Nascidos e criados no Morro da Turquia, o casal, assim como muitos jovens agricultores do município, precisou buscar renda em indústrias ou comércio, deixando as atividades do campo em segundo plano. Mas Marciana queria voltar às raízes e via na terra uma oportunidade de empreender e ser feliz. “Trabalhei por um tempo em uma indústria têxtil da cidade. Mas logo no início do namoro com o Marcos, começamos a nos dedicar à propriedade e mexer com isso”.

Foi pelo intermédio da extensionista da Epagri de Pomerode, Eneide Barth, que o casal decidiu otimizar a plantação de morangos, profissionalizar a produção leiteira e passou a enxergar no turismo uma oportunidade de renda extra. “A minha família e a do Marcos sempre foram de agricultores e tive a oportunidade de voltar a me dedicar à terra. Eu gosto de mexer no solo com a mão, sem luvas e nada de frescuras”, garante.

Os primeiros cursos e experimentos com o turismo começaram em 2015. Mas foi há pouco mais de dois anos que uma parceria com o guia de turismo e turismólogo, Ronald Kreidel, permitiu que a propriedade fosse aberta para os turistas pela primeira vez.

A proposta era uma das mais saborosas e encantadoras, na Casa da Família Hoffmann o visitante pode acompanhar um pouco do dia a dia da propriedade e também conhecer a história por meio de um museu com peças antigas, montado no rancho e que carrega um pouco da cultura e tradição dos colonos. “Queríamos passar para eles (turistas) o que os avós do Marcos usavam antigamente para trabalhar, como eles se mantinham para sobreviver. Explicamos tudo, contamos a história toda, os equipamentos que eles usavam para trabalhar no dia a dia.”

No museu, os visitantes vindos de todos os lugares do Brasil encontram uma máquina do moinho de cana, para fazer mus e melado, com o tacho, além do descascador de arroz e muitas outras. “Os bules de leite, que antigamente eram carregados daqui até o início do morro, porque não tinha essas estradas de hoje, então tinha bastante ferramentas que eles usavam, máquinas para plantar milho, arroz e tantas outras.”

Um legado que Marciana e o companheiro querem passar para Manuella. A filha do casal pode ser vista acompanhando as tarefas diárias, uma esperança para a agricultora de que tudo que é cultivado e preservado no sítio da família seja mantido. “Eu acho que minha filha gosta muito de tudo isso, porque ela já quer ajudar e sempre está perto da gente. Na hora da colheita dos morangos, eu não posso dar morangos, porque ela gosta de pegar sozinha. Na hora de tratar as vacas tem a ração que ela gosta de dar, quer fazer tudo. Para mim é um orgulho, espero que ela, um dia, queira fazer o que a gente também gosta de fazer”, declara.

Para a agricultora, cultivar a terra e preservar as tradições tem um significado ainda maior e de cuidado com o futuro. “Pra mim é uma satisfação enorme, é uma coisa que eu gosto de fazer desde criança, ter a certeza de que tudo isso será mantido para as próximas gerações é algo que me enche de orgulho.”

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