O maior BioParque de Santa Catarina completou 90 anos de história. O que poucos sabem é que tudo começou no quintal da casa de Hermann Weege na década de 1920. Na época, um vazamento no reservatório de água das Indústrias Weege formou uma grande lagoa nos fundos da residência.

O empresário e empreendedor, então, passou a manter pequenos animais em recintos ao redor do local. “Ele começou com animais domésticos, algumas aves e pequenos mamíferos da região”, conta o procurador da Fundação Hermann Weege, Maurício Bruns.
Aos poucos, a coleção de exemplares de várias espécies foi aumentando até que, em 1932, o zoológico foi aberto oficialmente para visitação. “Esta é a data que consideramos como a abertura oficial do Zoo Pomerode e também fazemos uma ligação do aniversário do zoológico com o aniversário do seu fundador, o saudoso Hermann Weege”, explica.

Muitas foram as conquistas ao longo dos anos e o envolvimento de toda a família Weege, principalmente de Jost Weege (in memoriam), foi fundamental para dar continuidade ao sonho e projeto do patriarca. Já na década de 1970, começaram a chegar grandes animais como leões, onças e ursos. E em 1977 foi instituída a Fundação Hermann Weege, que hoje é mantenedora do zoológico. “Todos os recursos angariados pela instituição são diretamente reinvestidos no próprio Zoo Pomerode.”

De lá para cá, houve um crescimento bastante significativo. No fim da década de 1990 o zoológico foi fechado por um período para ser reaberto logo em seguida por questões legais. E no fim de 2002, Maurício assumiu a parte administrativa da Fundação. “Começamos a fazer uma reestruturação e também toda uma reposição de marca que até então já era muito consolidada. Adequamos o zoológico dentro de todas as instruções normativas.”

Em 2008 o BioParque ganhou a nova licença de manejo e de operação e, depois dessa conquista, teve um crescimento exponencial, tanto na questão de área como também nas atividades de educação ambiental, preservação de espécies e bem-estar animal. Hoje, o Zoo Pomerode possui uma área de 110 mil m² e está em negociação para aquisição de uma nova área para preservação das nascentes que abastecem os bebedouros dos animais.
Atualmente, mais de 240 espécies e mil animais, desde os menores até os maiores como as girafas e elefantes, por exemplo, vivem no zoológico, que também desenvolve um trabalho muito importante junto aos órgãos ambientais. “Muitas vezes os animais são apreendidos ou até mesmo encontrados machucados, e precisam de cuidados para se recuperar, muitos acabam não tendo condições de voltar para o seu habitat.”

Com um olhar para o futuro, a fundação sem fins lucrativos tem trabalhado questões para um desenvolvimento sustentável, como a autossuficiência energética por meio de energia fotovoltaica, captação e uso de água da chuva nos banheiros, compostagem, telhados verdes, recuperação da mata ciliar, entre outras. “Estamos muito focados na questão da sustentabilidade, são ações alinhadas com o nosso propósito de preservação e que acabam nos dando ainda mais credibilidade.”

Para o futuro, Maurício garante que muitas outras ações serão implementadas para que a chegada do centenário possa ser muito celebrada. “Hoje recebemos não apenas visitantes da região, mas também do Brasil e até estrangeiros. O zoológico é um dos importantes instrumentos para geração de renda direta e indireta de muitas famílias da região e temos ainda um importante papel para a educação e preservação ambiental. Motivos que me deixam muito feliz em fazer parte dessa história que ainda terá muitos capítulos.”
