Você já parou para pensar qual o destino de muitos dos resíduos produzidos no dia a dia? E se a busca por propostas sustentáveis pudesse se unir a ações inovadoras e doses extras de empreendedorismo?
São esses os pilares de uma iniciativa que surgiu na localidade de Ribeirão Areia para encontrar soluções arrojadas para problemas simples do dia a dia. Foi durante as aulas que os estudantes da Escola Duque de Caxias deram vida ao Projeto “Broto de Papel Ecopapelaria”.
De acordo com a professora de Ciências e coordenadora do projeto, Daiane Luchetta Ronchi, durante as aulas são trabalhados a criatividade, a iniciativa e o comprometimento desses alunos. “Não trabalhamos somente a sustentabilidade, mas também o empreendedorismo, porque quando os alunos chegam ao projeto eles estão participando de uma etapa empreendedora. A iniciativa surgiu para resolver um problema, tínhamos que achar uma finalidade para o papel que estava em sala de aula. Então, os próprios alunos criaram a proposta voltada para a ecopapelaria”, conta.
A ideia inovadora rendeu à professora e seus alunos o reconhecimento estadual, conquistando o Prêmio Sebrae de Educação Empreendedora, na categoria Ensino Fundamental – anos finais. Eles também foram os representantes de Santa Catarina na etapa nacional, que aconteceu em São Paulo, na quinta-feira, dia 12. “O projeto começou pequeno, lá em 2018, suportou a pandemia e hoje tomou proporções maiores, com estudantes ainda mais engajados e isso é muito gratificante para nós”, garante a professora.
Mas engana-se quem pensa que a iniciativa ocorre na escola de forma isolada. Além do “Broto de Papel Ecopapelaria”, os alunos já desenvolveram outros tantos projetos criativos e eficientes. Ideias simples e ao mesmo tempo inovadoras para aqueles que já pensam no futuro. Em todos os cantos da Escola Duque de Caxias é possível perceber as transformações.
Uma delas, a bionatural composteira, já foi premiada pelo Sebrae em 2019, há também projeto em desenvolvimento de um repelente com base natural e o “Gota em gota”, que visa recuperar e reutilizar a água que sai de cada ar-condicionado das salas de aula. “Temos ainda o ‘Bolha de Sabão’, que reaproveita o óleo de cozinha usado entregue pelas famílias da comunidade.”
Recentemente também foi desenvolvido o “Tampinhas Pet”, que recolhe esses itens que depois serão comercializados, tendo o lucro revertido a castrações de cães e gatos da comunidade, além dos projetos realizados em sala de aula como “Nossa Marca”, que busca melhorar um espaço da escola. “Ano passado melhoramos o canteiro e nesse ano temos a proposta de trabalhar a horta. Sempre que identificarmos um problema, procuramos por uma solução empreendedora para eles.”
Uma iniciativa que para a professora deveria ser replicada por outras instituições de ensino. “Empreendedorismo e sustentabilidade deveriam ser aplicados em todas as escolas, porque eles acabam envolvendo os alunos e conseguimos reaproveitar muitos materiais e insumos que seriam descartados de forma incorreta, dando para eles um novo destino, de uma forma sustentável”, reforça.
E sobre o resultado da segunda edição do Prêmio Sebrae de Educação Empreendedora, que aconteceu durante o Congresso Bett Educar Brasil, em São Paulo na última semana, Daiane é categórica: “Infelizmente não conseguimos voltar para casa com a premiação nacional. Mas o reconhecimento dessas inciativas e dos trabalhos que os alunos têm realizado na escola nos dá mais ânimo para continuarmos buscando soluções inovadoras para problemas simples do nosso dia a dia.”
