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De portas abertas para preservar a história

Em seis meses, Casa Strutz já recebeu mais de três mil visitantes

Basta percorrer alguns metros a partir da entrada da Rota do Enxaimel para se deparar com a construção que leva o nome de Casa Strutz. Com os característicos traços do enxaimel em meio a cores vibrantes, ela atrai o olhar e convida à parada, seja para aqueles que visitam a cidade ou para os moradores daqui que desejam reviver alguns dos mais belos momentos da infância.

Uma das únicas casas que oferece visitação interna, possui um delicioso ar de nostalgia espalhado por todos os cantos. Logo de cara, a oração da família escrita no idioma alemão, pendurada sobre o batente da porta, mostra a importância que a fé desempenhava, e ainda desempenha, na vida dos colonizadores. Um pouco adiante, também sobre outro batente, está a caixa dos noivos, uma das relíquias que mais despertam a curiosidade dos turistas. O cenário fica completo com fotos que eternizam momentos importantes da família em preto e branco.

Móveis e utensílios antigos que resistiram à passagem dos anos trazem consigo as marcas de uma vida de outra época: o colchão feito com palha de milho, a coberta de pena de ganso, o fogão a lenha que aqueceu a casa e serviu para o preparo das refeições há mais de uma centena de anos, cada um desses itens convida em uma imersão cultural.

Quem guia os visitantes por essa jornada é Marlete Kressin Strutz, de 38 anos. Entre o atendimento aos visitantes, ela ainda desempenha a profissão de costureira, as máquinas ficam em um dos cômodos e já se tornaram parte do ambiente. Ela conta que a casa está na família do esposo, Sérgio Strutz, de 42 anos, há mais de um século. “Nossos filhos já são a 6ª geração”, conta.

Apostar no potencial histórico e turístico do imóvel foi uma decisão tomada durante o período de pandemia. “Resolvemos dar vida nova para a casa. Investimos, restauramos e no dia 15 de fevereiro completou seis meses desde a abertura para visitação”, explica Marlete. Nesse período, o livro de presença que fica na entrada já teve mais de três mil nomes assinados, uma conquista que desperta orgulho em quem apostou na preservação do legado da família. “É muito gratificante poder mostrar para os turistas um pouco de como viviam as pessoas antigamente.”

Dentre estes milhares de visitantes, estão pessoas de diversas partes do mundo. A interação com eles trouxe para Marlete experiências que ficarão para sempre na memória, como os momentos especiais em que podem conversar com turistas alemães. “Apesar do ‘nosso alemão’ ser diferente do deles, nós conseguimos nos entender e é sempre muito interessante quando temos essa oportunidade”, revela.

Além do acesso às relíquias da família, os visitantes também encontram no local alguns produtos da região, a maioria produzida em Pomerode, como geleias, chope, cerveja artesanal, bolachas e até mesmo peças de artesanato.

E é dessa forma que a construção enxaimel de 127 anos de idade promete impactar ainda muitas gerações futuras, pomerodenses e visitantes para garantir que a herança cultural dos antepassados que colonizaram Pomerode não se perca.

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