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Tradição que envolve trabalho duro, descontração e diversão

Família Siewert conta com ajuda de amigos e vizinhos para realizar a anual quebra do milho

Manter tradições é uma característica marcante dos moradores de Pomerode. Seja qual for, nada melhor do que a sensação de estar cultivando a herança deixada pelos antepassados. É com esse objetivo que a Família Siewert, de Testo Alto, realiza anualmente a quebra do milho, feita de forma manual. E, em 2022, isso não poderia ser diferente. O mutirão, que conta com ajuda de amigos e vizinhos, ocorreu na manhã de sábado, dia 5.

A colheita ocorre há muitos anos, mas foi em 2016 que surgiu a ideia de chamar outras pessoas para auxiliarem no processo. “Antes, só a família fazia, mas demorava umas duas semanas para terminar, não estava dando mais. Foi aí que tive a ideia de reunir os amigos da Netzsch, parentes e vizinhos para fazer um mutirão e colher em um sábado só”, conta um dos proprietários da Casa Siewert, Rogério Siewert.

E a quebra do milho já virou tradição também para os convidados da família. Denis Glasenapp é colega de trabalho de Rogério há 15 anos e, em 2016, recebeu o convite para fazer parte desse momento. Desde lá, participa anualmente, sem falta. Pelo trabalho duro, ele já ganhou um cargo fixo. “Eu fico encarregado da parte do rancho que é separar o milho. As gibatas e os tratores vêm, descarregam o milho e separamos as espigas grandes das pequenas”, explica.
Como Denis auxilia anualmente, já tem presença confirmada em todos os mutirões e só espera o aviso da data. “Ele só fala um dia antes: ‘vai ter colheita de milho’ e então já estou lá ajudando. É bem legal, porque reúne toda a galera, é uma descontração, é bem gratificante manter a tradição na cidade.”

Mesmo com o sol trazendo consigo um calor intenso, a turma composta por 25 pessoas não desistiu. O trabalho começou por volta de 6h30min, teve uma breve pausa para um delicioso frühstuck, depois seguiu até 11h quando, por fim, todos se divertiram comendo churrasco e bebendo um chope geladinho. “É quase um evento já, todo mundo gosta de fazer. O objetivo é manter a tradição e também se divertir, sair da rotina e mostrar para turistas e para as gerações mais novas o que nossos antepassados faziam e como viviam”, evidencia o proprietário.

Tradição: quebra do milho alcançou mais uma geração. FOTO: Laura Sfreddo

Inclusive, a quebra do milho chegou a mais uma geração da Família Siewert. O filho de Rogério, Matheus Alberto Siewert, de 13 anos, já ajuda o pai com a colheita desde 2020. “Ele pediu se eu queria ajudar e eu vim”, relata. Além dele, o jovem também já convida os próprios amigos para participarem do mutirão. “Eles também ajudam, ano retrasado eu chamei alguns e eles vieram. Me sinto feliz em contribuir com minha família.”
Por fim, Rogério faz um agradecimento especial aos que estiveram presentes auxiliando no mutirão: “Só agradecer realmente o pessoal da Netzsch, os meus vizinhos, a todos que todo ano sempre estão aí, a família e aos meus irmãos.”

O que acontece depois da colheita?
Nos últimos anos, metade da colheita é vendida e a outra parte é mantida para o uso no sítio. Além disso, após a quebra do milho, a tradição continua e, dessa vez, é em relação ao terreno, que ficará descansando até setembro. De acordo com Rogério, nesse meio tempo, é plantado feijão mucuna, rico em nitrogênio e, com isso, aduba o terreno de forma natural. “Não precisamos comprar ureia, sulfato ou adubar quimicamente, isso também é uma tradição.”
Em setembro, o terreno será arado e, depois, será feita uma sondagem rotativa. Com isso finalizado, é hora de plantar todo o milho de forma manual. No entanto, Rogério alerta para o futuro: “esse ano, nós fizemos tudo isso, mas ano que vem não sei se terá, eu não garanto. Cada ano terá menos famílias fazendo isso aqui.”

Proibido reproduzir esse conteúdo sem a devida citação da fonte jornalística.

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