Do passado ao presente, o costume de enfeitar a árvore de Natal com bolas de vidro continua vivo no cotidiano das pessoas

Lembranças: Jonatan retomou a antiga tradição.
As lembranças de infância do Jonatan Raduenz são repletas de saudosismo. Ele conta que tem bastante fascínio pelo Natal desde pequeno, porque todas as famílias que ele conhecia tinham árvores grandes e bem enfeitadas. Assim como os familiares dele, que decoravam o pinheiro de maneira bem colorida e com bolinhas de vidro de vários tamanhos. Quem nasceu a partir dos anos 1960 até 1990, mais ou menos, sabe do que o Jonatan está falando.
Muito comuns até os anos 1970, as bolas de vidro tinham um brilho inconfundível e uma fragilidade ímpar. Eram normalmente vermelhas, douradas e verdes, e as pessoas amarravam esses enfeites nas pontas dos galhos das árvores com lacinhos de cetim vermelho.
Tem como imaginar uma decoração natalina sem uma árvore cheia de penduricalhos? Por todos os cantos que se olha, lá estão elas dominando a decoração de Natal das cidades e das casas com muita beleza.
A paixão pela decoração e pela árvore despertou em Jonatan um sentimento mágico. “Lembro muito bem que as bolinhas tinham diversas cores, algumas tinham formatos bem diferentes, eram bem compridas e torcidas, e outras eram redondas com uma concavidade no centro. Essas eram as que eu mais gostava, porque por fora, geralmente, eram prateadas e a parte côncava era de múltiplas cores”, relembra.
Outra lembrança que permanece viva em Jonatan são as luzes coloridas que piscavam. “Para mim era algo mágico e incrível”, ressalta.
Dias atuais
Jonatan e a esposa compraram uma árvore de Natal grande e tinham o desejo de enfeitá-la com bolinhas de vidro. Porém, hoje em dia, os adereços de vidro são difíceis de encontrar. Ele decidiu, então, falar com as tias para saber se, por acaso, elas teriam algumas daquelas bolinhas que atiçaram a imaginação do menino na infância. Mas, a resposta não foi o que ele esperava. “Minhas tias disseram que, com o passar dos anos, as bolinhas foram se quebrando e algumas até perderam a cor. Como sobraram poucas elas não queriam se desfazer. Fiquei meio desanimado com isso, mas decidi comprar enfeites de plástico mesmo, para a nossa árvore”, comenta Raduenz.
Chegando à loja para comprar os benditos enfeites, Jonatan comentou com a vendedora sobre as árvores de antigamente. “Imagina a minha surpresa ao ser convidado por ela para conhecer a sua árvore de Natal. Chegando lá fiquei extasiado. Era bem do jeitinho que eu lembrava na minha infância, com todos os enfeites de vidro. Eu até tentei uma negociação, mas não tive sorte. Para a minha felicidade ela disse que tinha alguns enfeites de anos atrás. Procura aqui e ali e ela conseguiu achar algumas caixas com bolinhas coloridas de diversas cores e tamanhos, e também algumas bolas em formato de Papai Noel, de frutas e em espiral”, relata.
Jonatan tem bastante saudade da época de infância e vê que muita coisa que era tradição está se perdendo. “As árvores e os enfeites até podem ir mudando, mas tem uma coisa que não deveria mudar nunca, que é o espírito do Natal. Lembre-se e transmita para os demais o verdadeiro espírito do período, que é o nascimento de Cristo, uma época de renovação, paz e harmonia nos lares”, finaliza Raduenz.
Arquivo pessoal /Enfeites: Muito comuns até os anos 1970, as bolas de vidro tinham um brilho inconfundível e uma fragilidade ímpar.