
A Agência de Fomento de Santa Catarina (Badesc) prepara uma nova rodada de oferta de crédito para empresários catarinenses ainda em 2020. Serão mais R$ 170 milhões disponíveis até o final do ano, com recursos que contemplam micro e pequenas empresas que não conseguem apresentar garantias.
Do montante total, são R$ 100 milhões destinados a empresas que se caracterizam pela atividade turística – como hotéis, bares, restaurantes e outros – e que precisam comprovar atuação no setor. Os outros R$ 70 milhões serão disponibilizados para micro, pequenas e médias empresas com faturamento limite de R$ 90 milhões ao ano.
Os recursos poderão ser firmados com as garantias do recém-criado Fundo de Aval do Estado (FAE). O Fundo é uma iniciativa do Executivo, capitaneada pela Secretaria de Estado da Fazenda (SEF), para assegurar crédito a empresários que não têm condições de apresentar garantias reais e contratam as garantias do Estado.
Por enquanto, equipe da SEF e do Badesc discute os regramentos dessa nova modalidade. O programa será semelhante ao que foi feito com o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), a nível federal.
Os empresários que pediram crédito ao Badesc no início da pandemia, especialmente da área de turismo, estão sendo contatados para oferta de recurso. Nos primeiros meses após a chegada do vírus, foi disponibilizado R$ 54 milhões em crédito emergencial, mas o valor ficou muito aquém do solicitado. Naquela época, a instituição chegou a fechar a lista por novos pedidos.
Segundo o presidente do Badesc, Eduardo Machado, o FAE vai capitalizar a instituição. Isso porque a SEF vai disponibilizar R$ 164 milhões – 24 parcelas de R$ 6,8 milhões – diretamente do tesouro estadual. O pagamento iniciou em outubro.
“Não é só a questão do aval. Também tem a questão do Badesc conseguir obter maiores limites de crédito para repasses financeiros com outras fontes de capital nacionais e internacionais”, disse.
Cenário econômico
Ao longo do pagamento das próximas parcelas do FAE, a capacidade de ofertar crédito vai aumentar. A expectativa é de que os R$ 164 milhões permitam R$ 1,64 bilhão em financiamentos. A liberação de recursos será importante para a retomada econômica do Estado.
“A gente passou pelo famoso ‘V’ da economia, uma curva ascendente na recuperação. O que foi deixado de produzir antes está sendo produzido agora, especialmente com a expectativa de vendas de final do ano, Natal e etc”, explicou Machado. Os novos recursos devem atender a necessidade por investimentos, não apenas de capital de giro, como foi no início da pandemia.
“O recurso que está aplicado no caixa do Badesc não rende o suficiente para pagar a estrutura, então a gente precisa transformar essa reserva, que já vem diminuindo em 2020. Nossa expectativa é ter apenas o necessário e o obrigatório, mas o restante estar aplicado nas empresas, na economia, fazendo girar”, complementou.
Segundo ele, a taxa de desemprego e o risco de desequilíbrio nas contas públicas são fatores que preocupam e podem afetar a retomada econômica, já que impactam na intenção de investir do empresário.