Conheça as novas habilidades desenvolvidas por Kaynon, Sofia e Poliana e descubra se você se identifica com eles

Que as brincadeiras da infância fazem bem para o corpo e para a alma, todos sabem. Mais importante ainda é que, enquanto se divertem, elas desenvolvem habilidades e adquirem novos conhecimentos.
Um exemplo disso é que, certamente, muitos de nossos leitores têm viva na memória a sensação de vitória e liberdade ao finalmente conseguir andar de bicicleta sem as rodinhas de apoio e sem ninguém servindo de escudo. Trata-se não apenas de um marco do desenvolvimento como também de uma das maiores alegrias da infância. Para Kaynon Tadeu Caetano, de oito anos, esse aprendizado veio há cerca de duas semanas.
A mãe dele, Carolina Aparecida Eltemann, de 30 anos, conta que o menino já tinha tentando se equilibrar sobre a bicicleta antes, mas até então não havia conseguido. Para superar o desafio, contou então com a ajuda e o apoio do irmão mais velho, Symon Gabriel Caetano, de 14 anos.
Dessa vez, o trabalho conjunto dos dois garotos não demorou muito a surtir resultado, Kaynon aprendeu rapidamente e já domina a bicicleta, tanto que virou uma de suas atividades favoritas. Para a nossa equipe, o menino exibiu toda a confiança sobre duas rodas enquanto registrávamos algumas fotos. Qualquer dificuldade que tenha enfrentado ao aprender desapareceu completamente, e o que estampa o rosto do menino agora é um belo sorriso de satisfação.
Esse é justamente um dos benefícios, além de possibilitar que as crianças se exercitem de forma saudável e segura, a atividade desenvolve nelas a autoconfiança e a habilidade de tomar decisões. Tudo isso fica evidente na descrição de Kaynon sobre o momento em que deixou para trás o apoio do irmão e encontrou o equilíbrio para pedalar. “Me senti muito feliz por conseguir andar sozinho”, conta.
Andressa Raduenz /
Carolina diz que as atividades ao ar livre (no pátio de casa) se intensificaram após o início da pandemia, trazendo muitos aprendizados e fortalecendo laços. Ela ficou extremamente orgulhosa com o progresso de Kaynon. “Foi um sentimento muito positivo, pois sei que ele conseguiu superar mais uma etapa”, destaca.
Da mesma forma que acontece com Kaynon, o equilíbrio também tem a ver com o mais novo brinquedo favorito de Poliana Laís Rohda, de nove anos: um Pogobol, ou pula-pula. Para começar nossa entrevista, com bastante didática, a menina ensina qual é a técnica utilizada por ela para subir no brinquedo e sair saltitando.
Os adultos que viveram uma parte da infância nos anos 1990 certamente sabem de qual brinquedo estamos falando. Mas para Poliana, ao abrir o presente de Natal (de 2019), o objeto foi uma bela surpresa. “Eu não sabia o que era, aí perguntei aos meus pais e eles me contaram. Então descobri que era o tal do Pogobol que a minha mãe tanto falava e fiquei animada”.
Andressa Raduenz /Resgate: o presente de Natal de Poliana foi um brinquedo tradicional nos anos 1990.
Sandra, mãe de Poliana, lembra que ela e as primas brincaram muito com o pula-pula. “Fazíamos isso dentro de casa, em volta da mesa. Acho que minha tia ficava maluca com a gente”, diverte-se.
Quando viram a notícia de que o tradicional brinquedo estava de volta, Sandra e o marido resolveram que este seria o presente da filha. Saíram então em busca de um exemplar, tarefa nada fácil no dia 23 de dezembro, mas conseguiram. “Nós almoçamos e eu fui para a sala assistir TV, então vi o presente lá e chamei meus pais para saber o que era”, completa Poliana.
O passo seguinte foi aprender a utilizar o presente. “O mais difícil foi o equilíbrio e os tombos”, diz a menina. Mas se engana quem pensa que ela sentia vontade de desistir ao cair. “Tudo tem um tempo de aprendizado, foi assim com os patins também, minha mãe tinha que me segurar ou então eu me apoiava no muro e nas paredes. Agora, já consigo agachar com os patins e não precisa mais de apoio nenhum. Do mesmo jeito, já consigo girar com o pogobol e fazer pulos mais altos”, orgulha-se.
Janaina Possamai / Testo Notícias/Equilíbrio e energia: Poliana superou alguns tombos antes de aprender a pular com habilidade.
Poliana gosta muito de brincar ao ar livre, mas com a pandemia, os pais precisaram restringir um pouquinho algumas atividades, como andar de bicicleta e de patins, já que ela fazia isso na calçada em frente à residência, ou seja, já na rua. Dessa forma, brincar com o Pogobol e com os dois cachorros, os grandes xodós da pequena, se tornaram os passatempos favoritos. “Tenho dois cachorros, mas queria quatro”, revela. “No mais velho, faço bastante carinho, porque ele já não gosta tanto de correr e pular. Já o mais novo gosta das atividades mais agitadas, então logo vem correndo pra gente brincar”, esclarece.
Sandra acha muito positivo o fato da filha gostar de brincadeiras ao ar livre. Segundo ela, Poliana também jogava Amarelinha na escola e adora jogos de carta e quebra-cabeças. Ela aproveita isso para mesclar entre o on e o offline. “Ela adora jogar no celular, mas não passa um dia que não brinque com os cachorros. Assim nós vamos tentando equilibrar os dois lados”, contextualiza Sandra.
Sobre a escola, Poliana conta estar com saudade dos amigos e também da hora do recreio, mas se adaptou bem aos estudos em casa. Dessa forma, a rotina começa com um sono um pouquinho mais prolongado pela manhã (já que não precisa se arrumar para ir para a aula), depois os estudos, o almoço e uma tarde de brincadeiras. “Eles têm acesso a tanta informação, até mesmo as aulas agora estão sendo realizadas de forma online por conta do momento que estamos vivendo. Então acho que precisamos deixar que eles tenham espaço para brincar, e se desenvolver. Acredito muito em buscar um equilíbrio e considero importante esse resgate de brinquedos e jogos antigos”, afirma Sandra.
A menina acrescenta mais um detalhe às informações, na verdade, é uma ideia que lhe ocorreu para resolver um dos “desafios” de brincar por muito tempo seguido com o Pogobol. “É que precisa prender a bola entre os pés e segurar para conseguir pular. Com isso, o seu pé vai soando e dá calo”, esclarece para a nossa equipe. Uma das soluções seria utilizar um calçado, mas, a essa ideia, Poliana não se mostrou muito favorável, ela gosta mesmo é de pular com os pés descalços. Então pensou em outra solução, que ainda não colocou em prática. “A gente podia colocar uma daquelas fitas adesivas que prendem o pé. Aí não precisaria ficar segurando e não ia escorregar quando está suado”, sugere ela, em tom divertido.
Se Kaynon e Poliana venceram o desafio do equilíbrio, para Sophia Stammerjohann, de 10 anos, o período de pandemia foi bastante útil para desenvolver outra habilidade, a paciência. Além de se divertir com os amiguinhos mais próximos (integrantes da família) com muitos jogos no quintal, ela acabou descobrindo uma atividade não tão comum entre as crianças, e que ela simplesmente adorou: a pescaria.
Arquivo pessoal /Primeiro peixe: Sophia exibe com orgulho o resultado de sua primeira tarde de pescaria.
Sophia conta que era uma tarde normal da semana quando Cláudio, cunhado de sua irmã, perguntou se ela gostaria de pescar junto com ele e com o filho, Gustavo. “Eu disse que não sabia pescar, então ele me ensinou”, complementa.
Ela adorou a ideia logo de início, mas se deparou com a necessidade de ter paciência para esperar que o peixe seja fisgado pelo anzol. Segundo ela, essa é a parte mais difícil de todas. “O peixe demora para vir”, descreve. O desafio de superar a ansiedade nem pareceu tão ruim quando ela sentiu os primeiro puxões na varinha de pesca, sinal de que o peixe finalmente havia mordido a isca. Com tudo isso, a lembrança mais forte que Sophia tem daquela primeira tarde de pescaria é resumida pela menina em duas palavras: “muita felicidade”.
Ela gostou tanto, que já repetiu a atividade outras vezes. A segunda tarde de pescaria foi escolhida como o programa especial para ser feito num sábado à tarde. Sophia conta o motivo do encanto. “Era algo que eu não sabia fazer e achei muito gostoso”.
Quando perguntamos a ela se prefere brincadeiras ligadas ao mundo virtual ou aquelas atualmente conhecidas como offline, ela explica que adora brincadeiras em que pode interagir presencialmente, mas nem sempre é possível, já que por vezes não há outras crianças por perto.
Andressa Raduenz /À beira da lagoa: Sophia aprendeu a pescar e, com isso, a exercitar a paciência.
Tirando a saudade da convivência diária com os colegas, Sophia diz que o período de pandemia tem sido produtivo no sentido de aprender novos jogos (ou antigos, dependendo da idade de quem está lendo) e aprimorar capacidades esportivas. “Melhorei no badminton e aprendi a jogar Stop, com minha mãe e minha irmã”.
Certamente, muitas outras tardes de pescaria, correria no quintal, pulos e voltas de bicicleta ainda vêm pela frente para os nossos três entrevistados para essa matéria especial de Dia das Crianças. E o que nossa equipe deseja a todas as crianças é muita alegria, oportunidade para brincar, aprender e se desenvolver com saúde e segurança. Feliz Dia das Crianças.
Imagens
Foto: Janaina Possamai / Testo Notícias
Equilíbrio e energia: Poliana superou alguns tombos antes de aprender a pular com habilidade.Foto: Andressa Raduenz Foto: Andressa Raduenz Foto: Andressa Raduenz Foto: Andressa Raduenz Foto: Andressa Raduenz Foto: Andressa Raduenz Foto: Andressa Raduenz
Brincar para ser criança, para aprender, para viver .Foto: Andressa Raduenz Foto: Andressa Raduenz Foto: Andressa Raduenz Foto: Andressa Raduenz
À beira da lagoa: Sophia aprendeu a pescar e, com isso, a exercitar a paciência.Foto: Andressa Raduenz Foto: Andressa Raduenz Foto: Andressa Raduenz Foto: Andressa Raduenz Foto: Andressa Raduenz Foto: Andressa Raduenz Foto: Andressa Raduenz
Resgate: o presente de Natal de Poliana foi um brinquedo tradicional nos anos 1990.Foto: Andressa Raduenz Foto: Andressa Raduenz Foto: Andressa Raduenz Foto: Andressa Raduenz Foto: Arquivo pessoal
Primeiro peixe: Sophia exibe com orgulho o resultado de sua primeira tarde de pescaria.