O quanto durou a gestação de seu filho ou filha? Nove meses? Sete? Um ano? Dois? Ou quem sabe ela esteja por começar, ainda que o ser responsável por preencher todos os espaços do seu coração já tenha nascido.
Você pode considerar as primeiras linhas desse editorial estranhas e desconexas, mas, para um número crescente de pessoas, filhos e filhas nascem do coração, não do ventre, e chegam com diferentes períodos de preparação, etnias e idades.
Estamos falando de adoção e da capacidade de amar além de pré-conceitos, herança genética ou passado. As próximas páginas desse caderno abordam o tema de diversos ângulos, desmistificando o processo judicial, apresentando os desafios e compartilhando histórias que transbordam carinho, dedicação, cuidado e paciência.
Houve um tempo em que adotar era sinônimo de segredo, mas, atualmente, grande parte da sociedade entendeu que não cabe sigilo ao amor. Dessa forma, a conversa sobre o assunto se tornou aberta, franca e consciente. A adoção deixou se der um tabu, mas, nem por isso, as dúvidas acerca dela desapareceram.
Por conta disso, nossa equipe deu voz a pais e filhos adotivos, magistrada, assistente social, psicóloga, pessoas que aguardam pela chegada dos filhos e diversos envolvidos no processo para expor, debater, esclarecer e, por consequência, emocionar.
Os laços de amor independem de sangue, nascem da entrega, da empatia e da escolha de ser família.