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Opinião

Pote de ouro

Ano-Novo? É meramente uma ilusão, não há ano novo nem ano velho, o tempo é uma circunferência, infinito, sem início nem fim. E é isso o que nos entontece na vida. Pensamos que temos consciência, equívoco, temos nuvens na cabeça, pensamos que é razão, consciência tridimensional, essas tolices todas de que nos valemos para anestesiar nossa consciência da finitude, e é só…

Mas lutamos por um novo tempo, uma utopia que nos anestesia, já disse. Então, vamos lá. Vamos ao anestésico, ou à verdade, quem vai saber? No final de 2019 foram multidões às filas da Mega-Sena, pessoas que buscavam, pela magia, uma riqueza de que não se dão conta já possuir, a verdadeira riqueza: a de um talento ou de uma habilidade, de uma paixão, de uma tendência, seja o nome que for. Achado esse talento, essa tendência, essa paixão, pronto, estaremos diante do “infinito”, afinal, ninguém até hoje pôde afirmar a que ponto pode chegar uma pessoa iluminada por um talento/sonho.

Monteiro Lobato, nosso inesquecível escritor, costumava dizer que o brasileiro está sentado sobre um pote de ouro chorando pobrezas… Esse pote de ouro a que o escritor se referia era a riqueza potencial do Brasil, um país com tudo e, todavia, vivendo como pobre. Nós também, nós todos, temos algumas habilidades que são nossas, vieram do útero da mãe, passou pelo berço de bebezinho e… Foi morrendo à medida em que fomos crescendo. É a verdade da maioria, haja vista, que são poucos os vencedores na vida. Poucos porque a maioria desiste ou nem chega a descobrir suas habilidades ou por elas lutarem. E aí ficam perdendo tempo em igrejas, em orações inúteis, em crendices de toda sorte, inutilidades a caracterizar pessoas de cabeças vazias. Sinto muito, mas a verdade é mesmo um remédio muito amargo… Não é mesmo, Machado de Assis? Não posso, por falta de talento administrativo, ter uma loja? Posso, todavia, ser o melhor vendedor nessa loja? Ou posso ser um proficientíssimo professor de linguagem; posso ser o infinito porque o infinito veio comigo do ventre materno. Mas quem pensa ou vive assim? Quem tem consciência disso? E isso explica os milhões nas filas da Mega-Sena. Não lhes vou chamar de coitados, mas de desavisados, nasceram “ricos” e vivem como pobres. Todos, todos os saudáveis.

MEMÓRIAS

Início de ano, sempre a mesma coisa. Uma dessas “coisas” são as lembranças. Todos somos tapeados pela “distorção retroativa da memória”, lembramos de certas vivências como se tivessem sido ótimas, não foram. A memória é safada para nos tapear. Não raro, lembramo-nos de algo gemendo que não foi tão ruim… Nossa tendência é ver o passado melhor do que ele foi. Todos vivemos esse equívoco. Melhor é olhar para frente, onde está a vida.

PERDAS

Interessante reportagem de jornal paulista: – “Os bilionários que mais perderam dinheiro em 2019”. Um desavisado pode pensar, ah, são bilionários, o que perderem não é nada… Aí é que está, esses bilionários só chegaram à fortuna “jogando, perdendo e ganhando”. No jogo empresarial ou da vida para se ganhar é preciso arriscar, arriscar e perder, perder e voltar ao “jogo”, e assim ganhar e ganhar. No jogo financeiro não há vitórias sem derrotas.

FALTA DIZER

Estava ouvindo uma palestrante americana, não lhe digo o nome, ela enfatizava a importância de continuarmos aprendendo, sempre, ao longo da vida. E referindo-se a ela, disse que tinha 80 anos e continuava “estudando”, e caiu na risada. Por que a risada? Só os pacóvios acham graça disso; pacóvios e vadios, é claro.

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