O nariz e a mosca
Somos todos iguais, dizem os ingênuos. Errados, somos todos diferentes, é bom manter distância… Só somos iguais, devíamos ser, diante da Lei, fora disso é cada para a sua baia na vida, não há dois iguais sobre a Terra.
Podemos querer ser igual a alguém, isso faz parte da vida, e quando o exemplo é bom, querer ser “igual” faz bem à nossa conduta. Fora disso, é precipício puro. E de onde vêm as nossas diferenças? De três fontes admitidas: traços genéticos, herdados, coisa de uns 33% da personalidade, ninguém escapa; outros 33%, mas com peso de quase 70%, vêm do exemplo dos pais ou dos velhos que educaram a criança; e há os percentuais restantes, misteriosos, que completam a personalidade humana, como se explicam? Ninguém conseguiu explicar até hoje, mas que eles existem dentro de nós, existem. O mais bem-educado dos filhos pode crescer para ser um bandido cruel, o mais debochado dos filhos, criança, pode crescer para uma quase “santidade”. O que produz esses “milagres”? Um fator desconhecido que há, incontestavelmente, dentro de todos nós. É como que uma loteria da vida, pode ser uma “sorte grande” tanto quanto um formidável precipício de destruição. Mas que fique claro, o poder educativo dos pais é um pacote de dinamite, pode fazer explodir uma montanha para a construção de uma ponte quanto para destruir uma igreja num rito terrorista…
O pai está vendo futebol na tevê (bah, que horror…) e o filhinho sentado sobre o tapete à frente do pai. Vem uma mosca e começa a esvoaçar diante do nariz do pai. O pai faz gestos com a mão para afastar a mosca, gestos naturais, mansos… Mesma cena e reações diferentes. O pai está vendo televisão e a mosca lhe vem esvoaçar diante do nariz. O pai, ato contínuo, dá murros e murros no ar, tentando esmagar a mosca. Faz isso e diz palavrões.
Quarenta anos mais tarde, o filhinho de hoje estará vendo televisão e uma mosca lhe virá esvoaçar o nariz. O homão, ex-menino, fará o que viu o pai fazer: ou levar a mão para simplesmente afastar a mosca ou tentar daná-la com socos irados no ar… Tal pai, tal filho? Sim, senhora, mas… Com a possibilidade de, por uma razão misteriosa, o ex-menino mal-educado, simplesmente fazer assim com a mão, para a mosquinha sumir. Humanos: educação, genética e… Mistérios.
ELES
Veranistas de todo o Brasil vêm para o litoral catarinense. Tenho visto muitíssimos deles com colchões sobre os carros, vão dormir no chão? E trazem isopor, vão guardar ali suas bebidas de dois litros? Vá lá, mas será que trazem livros dentro da bagagem? Duvido de-o-dó… Vão passar o dia fazendo o quê? Corpos ao sol e cabeças ao léu? É isso? E depois se queixam do governo? Ferro.
ELA
Ela é atriz e “modelo”, entrou pela porta dos fundos na televisão. Mas está rica, muito rica. Faz novelas. Dia destes, ela disse que entrou no trabalho por necessidade, mas que a filha dela vai entrar por opção. Ridícula. Trabalho nunca é opção, trabalho é necessidade de toda sorte, emocional, antes de tudo. E dever. O mais é vadiagem…
FALTA DIZER
Já falei aqui da falta de criatividade das produções de televisão no Brasil, trazem, por exemplo, por este momento, os “economistas” para darem dicas de educação financeira, francamente! Outra pauta é: revise o carro antes de entrar na estrada. É preciso avisar sobre isso? Como é que para outras “coisas” os sonsos não precisam de dicas?