Sinal de alerta
O sinal que eles estão passando é sério, muito sério, mas não vai faltar quem dê de ombros e venha com explicações “pútridas”. Aliás, os que vêm com essas explicações pútridas são os mesmos que querem incendiar o Brasil, faz tempo isso, desde 1964… Antes de puxar a cortina da nossa conversa, é bom lembrar que muitos dos nossos desejos têm razões subconscientes, isto é, pensamos que tais desejos nos chegam por uma razão quando na verdade a razão é outra.
Ouça bem a manchete que lhe vou passar, ela circulou por jornais de São Paulo e circula agora pela imprensa do mundo, ouça: – “Jovens estão propensos a aceitar um poder autoritário”. E agora? Essa afirmação resulta de várias pesquisas e estudos pelo mundo, 42 nações “democráticas” foram pesquisadas. Não é estranho que os jovens queiram “ditadores” ou mandantes autoritários? Não, não é.
Todas as nações ditas democráticas estão em grave crise econômica e moral, políticos corruptos, canalhas de todo tipo em casulos intocáveis, em todos os poderes, e justiça só para os muitos desvalidos. A rapaziada não é ingênua, mas, como disse, nossas razões “conscientes” costumam vir do inconscientes. No caso dos jovens, o “autoritarismo” que eles querem vem dos desapontamentos “inconscientes” com os pais, bem mais com os pais homens. Os mimimis não educam mais, não dizem não, não puxam as rédeas dos limites e isso, paradoxalmente, não faz jovens felizes. É a velha história do “vale tudo”, quando vale tudo perdemos a graça pelas lutas, afinal, vale tudo.
Vivi intensamente o período que no Brasil ignaros chamam de ditadura, vivi intensamente a liberdade e a segurança. Ninguém era proibido de entrar numa livraria, ir à escola ou onde fosse, desde, é claro, que andasse na linha. Os jovens gostam de andar na linha, sentir que por cima do ombros deles há alguém lhes garantindo o ir e vir e as liberdades geradas pela segurança de toda sorte, nas ruas, naquela época e especialmente. Os jovens do mundo “democrático” estão suspirando por um AI-5 moral, um autoritarismo dos pais. Um saudável autoritarismo. Freud concordaria com eles, com garantida certeza.
Quando um jovem “livre” caminha para um abismo, ele sabe que está indo para um abismo, ou intui isso, e o que ele mais gostaria era de ter um “autoritário” para impedi-lo. Jovens sábios.
NÃO
Cansei de dizer em palestras em escolas, para pais e professores, que a palavra mais forte e positiva em educação é a palavra “não”. O “não” limita, esclarece, põe ordem, disciplina e produz vida saudável. A porta aberta do “sim” é típica dos pais frouxos e que não se querem incomodar ou trabalhar pelo bem dos filhos. Não, a esses pais.
ZOO
Se dependesse de mim, todos na cadeia, todos os que mantêm pássaros em gaiolas ou autorizam o funcionamento de zoológicos, todos atrás das grades. Iriam aprender o que é estar numa gaiola ou jaula, ou mesmo em falsa liberdade de espaços de zoológicos. E dizer que ninguém dos “poderes” faz coisa alguma, nada. Muitos parvos levam crianças ao zoo. Seria melhor mostrar suas fotos…
FALTA DIZER
Vou repassá-lo, Pedro Doria, jornalista – “O público consome notícia como forma de entretenimento. Não se trata de um exercício de cidadania, mas uma forma de distração. Está mais próximo da relação que o torcedor tem com seu time perante o campeonato de futebol do que com o de um eleitor que busque refletir sobre soluções para os problemas do país e se posicione no pleito perante suas conclusões”. Cumprimentos, Pedro. Brasileiros, pois não?