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Opinião

Boquinha de siri

Quando me dão um conselho, paro, penso e… Se for bom, passo adiante. Acho que o conselho que acabei de ouvir é bom, logo, vou passá-lo para você. Aliás, eu disse acho que é bom? Disse errado, o conselho é magnífico, fez-me inclusive lembrar de um outro conselho, conselho que aprendi no Consulado Americano de Porto Alegre quando era repórter da Voz da América.

O conselho que me foi dado há pouco estava num jornal em forma de horóscopo; hoje os horóscopos, você sabe, são mensagens de filosofia, psicologia e bom senso, nada mais. O meu horóscopo de aquariano dizia assim:

– “Seus dilemas interiores são seus e de ninguém mais, são experiências tão íntimas e profundas que, mesmo tendo a boa vontade de os compartilhar, passariam despercebidos às pessoas. Por isso, nem tente esse movimento”. Cá para nós, não é um bom conselho? Por isso passei-o a você, afinal, vale para todos os “signos”.

Falar dos nossos problemas para os outros ou é desespero nosso ou muita ingenuidade, para não dizer severa burrice. Ninguém está interessado. E falando nisso, lembro do que ouvi um dia no Consulado Americano, como já disse. Era um estudo de psicólogos americanos sobre confidências, problemas nossos contados aos “amigos”. Segundo os pesquisadores, quando contamos de um nosso problema, problemão, melhor ainda, o que acontece com os que o ouvem é bizarro, para não dizer gravemente decepcionante. Disseram os psicólogos que quando contamos de um baita problema nosso, 20% dos que nos ouvem pensam para si mesmos: bem feito, não sinto nenhuma pena de ti! E os outros 80% não ouvem, não estavam ouvindo, estavam, isso sim, dando de ombros para os nossos dramas. Ora, diante desse fato, e nós sabemos por nós que é assim, melhor é ficar de boca fechada e seguir o conselho dos antigos gregos – “Aquele que controla a língua, preserva o coração da angústia”. Em sendo assim, não é por outra razão que pagamos, e pagamos bem, para os psicanalistas nos “ouvirem”, é preciso pagar para ser ouvido.

– Ah, e antes que me esqueça, por medida de segurança, muitos dos nossos problemas não devemos contar nem para a mulher ou nem para o marido. Ninguém sabe o que eles vão pensar diante das frias em que nos metemos na vida. Boquinha de siri faz bem…

HORROR

Vamos de mal a pior na programação das tevês. A falta de pudor e a linguagem chula ganham cada vez mais espaço. Gostei, todavia, que dia destes, numa tevê, foi alterada a letra de uma “música”. Onde a cantora ordinária diria “ninguém manda nessa raba” ficou ninguém manda nessa gata. Mais adiante, a despudorada diria bunda, ficou corpo. Os desmazelados de toda sorte estão cada vez mais e mais tomando conta das telas. E o público, o que faz? Quem?

FIM

Ó, escute, são as trombetas do Juízo Final. Falta pouco. Ontem um sujeito, numa entrevista de televisão, dizia que temos que “atualizar” Machado de Assis, que não tem cabimento chamar hoje alguém de sagaz… “Temos, dizia o parvo, que trocar sagaz por esperto, fica mais claro e atual”. Socorro, mãe!

FALTA DIZER

Falei de descomposturas nas tevês? Em todos os lugares passou a ser a regra, domínio dos molambentos. Num site “famoso” de noticias, os caras fizeram esta manchete: – “Luis XIV tinha uma infecção no fiofó”. Diga-me se tem cabimento? Não vai faltar quem diga que é moralismo de cuecas criticar. Credo, que tempos!

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