Foi destino?
Andei pensando muito no Gugu. Tudo em razão do que muito tenho ouvido sobre o final “especial” de que ele foi vitima. A morte “especial” do Gugu fez-me pensar em destino. Já antecipo que não creio em destino. E me parece óbvio a não existência do destino. Por quê? Porque se houvesse destino, isto é, uma sentença condenatória que viria conosco ao nascer, teria que haver um autor para o script desse destino, teria que haver um “deus”, um ser muito poderoso para nos condenar, fosse para o que fosse na vida. Não pode haver essa criatura do mal. Sim, do mal. Por que haveria pessoas nascendo para a riqueza, para a saúde, para a felicidade, enquanto outras nasceriam para a pobreza, para a doença e para a infelicidade? Que deus seria esse, afinal, não nos ensinaram que “deus” é onisciente, onipotente, onipresente e, sobretudo, bom? Sendo assim, o sujeito saberia de tudo antecipadamente, e se permitisse que alguém caísse do telhado para cumprir o destino, por que diachos isso aconteceria? Que deus malevo seria esse? Não, não posso crer em destino por essas razões de sobejo e de muito conhecidas.
Volto ao Gugu. Um amigo dele, ex-cantor do grupo Polegar, lançado pelo Gugu, contou à imprensa que Gugu não se queria mudar da casa em que morava. Teria dito que nessa casa era muito feliz, não havia motivo para deixá-la, mas…
Amigos teriam insistido para que Gugu vendesse a casa em que morava e comprasse aquela outra, a casa para onde Gugu acabou se mudando. Os amigos insistiam que essa nova casa tinha vizinhos de maior “gabarito” e era mais chique, mais alto padrão… Gugu teria caído nessa, comprado a casa e… caído do telhado. Destino, muitos dizem. E agora, o que dizer? Se não se tivesse mudado de casa, estaria vivo? Ninguém jamais vai saber. A verdade é que todos os dias ao sairmos da cama, a vida nos dá um bilhete, o bilhete dela, da vida. Sobre o “prêmio” de antemão ninguém jamais vai saber. É pegar o bilhete e esperar pelo resultado, afinal, já foi dito que ninguém escapa ao destino. Em certos casos, é de coçar o cavanhaque, o que dizer? Crer ou não crer? É a vida. É a vida para todos e por igual.
JUSTIÇA
Dois pichadores riscavam o muro de uma casa em São Paulo. O dono da casa os flagrou e tentou pô-los a correr. Foi morto a tiros. A Justiça condenou os malditos a 36 e 30 anos de cadeia. É assim que se faz, e se não for a Justiça tem que ser alguém da família, alguém… Pichadores são chamados por gente estúpida de artistas populares. Chamem-nos assim na minha delegacia, tentem… Vão ver “raios” na madrugada.
SOLIDÕES
Cada vez mais e mais pessoas vivendo sozinhas, ainda que cercadas por “amigos” e familiares. E isso me fez lembrar minhas primeiras aulas de oratória na escola marista. Quando algum aluno se dizia encabulado de falar para muita gente, o professor fazia-o lembrar de que nunca falamos para muita gente, podemos falar, sim, para multidões, mas de… Solidões. Verdade sacra. Cada pessoa que nos ouve é uma só, nunca uma multidão. Avance, não tenha medo.
FALTA DIZER
As cifras assustam e fazem-nos ver o futuro. Aliás, só os paspalhos não sabem disso. Diz a Organização Mundial da Saúde que “Mais de 80% dos adolescentes do mundo são inativos”. O que o seu filho/a faz, por exemplo? Que esporte ou exercício praticam, ou são do grupo dos vadios que “jogam” pelo celular? Semeiam? Vão colher…