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Opinião

Ele faz falta

Gente metida, tanto da classe média quanto das tomadas por classes superiores me irritam muito. Eu disse classes superiores? Superiores em quê? Em saldo bancário, que nada vale, ou em cabeças ricas, o que lhes é tão raro quanto dinossauros na missa das oito? Blefes puros, fake-news humanos…

Quero falar de um sujeito que faz muita falta, faz falta pelo talento que tinha no trabalho, em artes, e faz falta pelo brilho da cabeça e das palavras. Sim, sim, Prates, fala logo de quem se trata!

Falo de Joãozinho Trinta, o carnavalesco inesquecível da Escola de Samba Beija-Flor. Um dia, numa entrevista, um repórter perguntou a Joãozinho como é que ele tinha coragem de montar uma escola de samba tão rica e tão em descompasso com o povo que ela representava… O repórter devia ser da esquerda ordinária…

Joãozinho respondeu de pronto, de modo inesquecível e talentoso. Ele disse que – “Quem gosta de miséria, de pobreza, é intelectual, pobre gosta de riqueza, de luxo”. Tinha e continuará tendo razão, o Joãozinho. E o que ele disse vale para tudo aqui fora, entre nós. A televisão, por exemplo, todos os dias se empobrece para conquistar audiência, esquece que as pessoas querem crescer, querem ver bons exemplos e segui-los. É instinto humano crescer. Quando, todavia, para chegarmos perto do povo carente baixamos a qualidade dos nossos produtos, falas e comportamentos, nada mais estamos fazendo que alicerçar mais forte o preconceito: – Ah, eles são assim, então, por audiência ou mercado vamos dar o que eles querem ou como eles fazem… E assim trava-se o crescimento social.

Se um professor em sala de aula falar errado para não “traumatizar” alunos pobres, que chegam falando errado, coitadinhas das crianças, vão continuar no caminho errado, não por culpa delas, mas dos mais velhos que não as querem ver crescer.

Dia destes, um jornalão de São Paulo abriu manchete deste tamanho com a palavra xexeca… Página inteira, com desenho e tudo da área genital da mulher. – Ah, mas o assunto era sério. Nada pode ser tomado por sério quando se entra na questão pela porta errada, pela porta da vulgaridade e do descaso moral…

Quem gosta de miséria é intelectual, como muitos autointitulados “professores”, “doutores”, desnorteando jovens. Só com qualidade, em tudo, é que podemos ajudar a quem precisa. Volta, Joãozinho!

MULHERES

Quem em nome do governo, qualquer governo, defende a ideia de licença-maternidade longa está, na verdade, veladamente, querendo que as mulheres fiquem em casa, desempregadas. Quanto mais a burrice pedir por licença-maternidade longa, de meses, um ano até, mais joga contra o mercado de trabalho e as mulheres. As sensíveis sabem disso, as mandrionas não. Há muitos espertos disfarçados de bonzinhos por aí. Sei bem…

EXEMPLO

Vamos imaginar que você tenha uma pequena loja e três balconistas, vendedoras. As três engravidam e vão para casa parir. Com licença-maternidade de meses e meses, um ano até, como você resolveria o problema em sua loja, no atendimento de balcão? Só os malandros de araque pregam essa “bondade” de licença-maternidade sem fim. As mulheres atentas precisam reagir. As atentas, eu disse.

FALTA DIZER

Há muita “gente boa” por aí secretamente desejando que a mulher, ou as mulheres se danem no trabalho. Pessoas “boas” que querem as mulheres de volta à senzala da cozinha. Não falta quem pregue que mulher não tem que estudar ou trabalhar. São os machos inseguros que temem a liberdade das mulheres, uma mulher com nariz empinado é perigosa para eles. Eles não se “garantem”.

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