Beco sem saída
O bom na vida é estar numa boa. Mas às vezes não dá. Volta e meia, nos encontramos num beco sem saída. E quando nos vemos num beco sem saída, falta-nos o ar da segurança e da tranquilidade. Diachos, o que fazer? Bom, antes de tudo saber se de fato estamos num beco sem saída. Se for o caso, é bater as mãos e respirar fundo, não há saída. Mas será mesmo que não há saída?
Nesses momentos, é bom lembrar aquela oração hindu, aquela em que olhamos para o nosso Deus e dizemos a ele: – “Deus, concedei-me a serenidade necessária para aceitar as coisas que não posso mudar (o beco sem saída), coragem para enfrentar o que posso e sabedoria para distinguir umas das outras”… Mais ou menos isso. Claro que não é preciso rezar para nenhum deus e pedir esse favor, apenas citei como exemplo a condição de estarmos diante do que não pode ser modificado e do que pode. Sabemos do nosso poder e sabemos o que não pode ser mudado, o irreversível, e bem sabemos também sobre o que podemos e temos que vencer…
Tudo bem, se sabemos de uma coisa e de outra, por que então não lutamos mais diante do que podemos e por que não paramos de lutar ou sofrer diante dos irreversíveis? Porque somos frágeis ou usamos inconscientemente das fantasias mágicas, aquelas que nos fazem insistir sobre o irreversível. Imagine, você tem uma taça de cristal que você guarda com boas recordações de um momento inesquecível de sua vida, mas… Num certo dia você deixa a taça cair e ela se esfarela em mil cacos. Adianta chorar? Você pode chorar à vontade, mas a taça nunca mais voltará “à vida”…
Perdemos muito tempo na vida chorando por leites derramados e não nos damos conta da inutilidade desse choro, quando, na verdade, devíamos estar é suando para vencer os obstáculos que podemos (e devemos) vencer, a maioria…
E aí, companheiro, companheira, adiantou para você esta conversa de até agora? Admiro os aparentemente destemidos, os que diante do irreversível nem piscam, entendem e seguem em frente… Talvez nunca tenham perdido um amor, talvez suas lutas diante dos irreversíveis tenham sido por taças quebradas… Essas é só varrer. Mas e o supremo irreversível como é que se “varre”?
SAFADO
O sujeito parou o carro, desceu, foi até um muro e começou a urinar. Quem deu ao vagabundo esse direito? Os pais dele, na infância. E o que diria a sociedade machista se quem fizesse o que o imundo fez fosse uma mulher, abaixando-se na calçada? Diria o pior dessa mulher, mas não diz nada quando é um “homem”, um vagabundo impotente, um despudorado da falta de educação. Na minha delegacia ele ia se urinar todo, ah, ia…
TEMPOS
Tempos modernos? Ouça esta manchete que vem de São Paulo: – “Famílias de menor renda usam mais carro; as de maior renda adotam metrô”. Não é de hoje que os que não são, querem ser, e andam de carro na unha da gasolina… Atolados. De outro lado, minha admiração pelos que andam de metrô podendo andar de carro, é preciso coragem para andar com a gandaia que tosse sem lenço…
FALTA DIZER
Num desses programas “tidos” por humorísticos, os caras contavam piadas de sogras. Sogras ruins, malvadas, isso e mais aquilo… Por que não contam piadas de sogros, dos calças-frouxas? O idiota que conta piada de sogras esquece que a mãe dele também é sogra. Não adianta, idiotas são irrecuperáveis.