Olhos e felicidade
Desde cedo na vida nos aconselham a andar com os olhos bem abertos. Certo? Depende das circunstâncias. Antes de casar, por exemplo, (e digo isso há anos…) é bom e indispensável termos os olhos bem abertos. Por quê? Para descobrir nele ou nela as graves incompatibilidades que mais tarde vão provocar brigas, infelicidades e divórcios, senão coisas bem piores… Mas o que acontece? Pouco, bem pouco, elas fecham os olhos para os defeitos do calça-frouxa e eles se embebedam com o corpo dela, com o corpo, com nada mais que o corpo… Os homens casam com corpos, que isso fique muito claro.
Admitindo, todavia, que tivemos os olhos abertos antes do casamento, que evitamos o pior, depois do enlace é bom que os olhos já não fiquem tão abertos assim… Depois de casados, os “pombinhos” devem, por questão de tranquilidade e felicidade, ter os olhos um tanto semicerrados; muita coisa não pode ou não deve ser notada. Ninguém é perfeito, não é mesmo? Sapinhos devemos que engolir, sapos não… Saber dessas diferenças faz o sucesso do casamento. É para poucos, todavia. A maioria depois do casamento vomita sapos e o outro tem que engolir, não deve engolir. Os olhos abertos “antes” teriam evitado isso. Fechar os olhos, fingir não ver, vai arruinar não apenas o casamento, mas tudo na vida. Para tudo temos que ter olhos abertos “antes” e convenientemente meio fechados mais tarde, depois do “negócio”. Para tudo temos que ser assim.
Essa história de “não levo desaforo para casa”, como sinônimo de comigo-ninguém-pode, é coisa típica de gente pequena, ignorante, dos piores divorciados da vida…
Todos temos amigos, amigos perfeitos, não. Ninguém tem. E aí, vamos mandar longe nossos amigos por que eles não fecham em 100% conosco? Ficaríamos no deserto afetivo das amizades. Meu sócio é um cara honesto, mas fica trombudo por muito pouco… Sim, mas ele é honesto nos negócios que faz contigo? Sim, é honesto. E o que queres mais? Queres um farsante de boas ações e um desonesto na escuridão?
Relevar resulta de entender, de compreender. Pecados “veniais” são perdoáveis, todos os praticamos, já os pecados “mortais”, como aprendi na escola marista, ah, esses nos levam para o inferno ou devem levar. Saber de uns e de outros é inteligência para a vida. E mais que tudo para os bons casamentos.
ÉTICA
Alguém faz uma crítica inteligente e cáustica sobre algo ou alguém e eu concordo aplaudindo, mas… Mais tarde, no mundo dos “meus” negócios, faço exatamente o contrário daquilo com que concordei. Por quê? Porque é o que me vai levar a bons lucros no mercado. Moral vestindo sunga? Bem pior que isso. Mas é o que acontece de modo absolutamente generalizado nos negócios…
CABEÇA
Sua cabeça anda girando, é uma agitação atrás da outra, infelicidade mesmo? Só há uma saída, só uma: distrair a mente, tirá-la de cima do problema. Fora disso, é drogar-se, recurso de que se valem os frouxos da vida, drogar-se com remédios ou com drogas mesmo. Sem a concentração da mente sobre os problemas não há infelicidade, toda a nossa infelicidade, toda, vem dos pensamentos, do ficarmos martelando em cima das mesmas apreensões ou medos.
FALTA DIZER
Música nos restaurantes? Só músicas clássicas ou orquestradas, bem baixinhas, de modo que as possamos ouvir, mas que não nos prejudiquem os pensamentos ou as conversas. E televisores? Sempre desligados, é claro. Restaurante não é lugar para ver televisão. Perdi meu tempo. Os toscos dominam