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Opinião

O rico infeliz

Duvido que haja sobre a terra alguém que não deseje mudar alguma coisa em seu comportamento, duvido. Todos temos inquietações geradas por nós mesmos. Modos de pensar, valores, crenças, superstições, tudo de ruim que nos passaram como herança. Quem passou? Os pais, os avós, os “velhos” que nos entortaram na primeira-infância, durante o período de molde, o que vai do nascimento até aos nossos cinco anos, mais ou menos. Depois dessa idadezinha nada mais vamos mudar na essência do nosso aprendido modo de ser. Falando disso, lembro-me de uma velha história, já a contei aqui, vou repeti-la, afinal, a repetição é a mãe do aprendizado.

A história conta de um contemporâneo de Buda, um sujeito muito rico, mas infeliz, ansioso, tinha tudo, mas não tinha paz… Não muito diferente de multidões que conhecemos. Esse sujeito ouviu falar de Buda, o sábio. E um amigo o aconselhou a procurar por Buda e pedir um conselho.

O sujeito vestiu-se com aprumo, pegou sua bolsinha cheia de pepitas de ouro (o dinheiro da época) e saiu às ruas. – Buda, Buda, onde estás? – Buda, Buda, onde estás? E assim o sujeito, muito rico, andava pelas ruas a procurar por Buda. Até que deu de cara com o sábio.

O sujeito disse a Buda que andava inquieto, ansioso, infeliz mesmo, malgrado ser muito rico. Buda o ouviu em silêncio, observou que o sujeito tinha um saquinho de pepitas de ouro na mão esquerda… O angustiado contou tudo a Buda e pediu um conselho: – Buda, és um sábio, ajuda-me, o que devo fazer para ser feliz?

Buda nem piscou, apenas disse ao homem: – “Larga o que tens na mão (o saquinho com pedras de ouro) e me segue”! – Só isso? – questionou o homem. Buda arrematou: Larga o que tens na mão e me segue! Dito isso, Buda continuou a andar pelas calçadas, e o rido infeliz atrás dele, um na frente, outro atrás…

Lá pelas tantas, Buda virou-se e observou ao homem: – Eu disse “larga”! E o até então infeliz iluminou-se. Ele tinha largado, abandonado lá atrás o saquinho de ouro, mas… Continuava com ele na cabeça. É o que fazemos tantas e tantas vezes querendo deixar de fazer o que nos incomoda e infelicita. “Largamos” sem largar. Muito da infelicidade vem daí… Dos apegos.

IMATUROS 

Imaturos para não dizer outro adjetivo bem mais constrangedor. Daqui a pouco, muitos vão receber a primeira parte do 13º salário. “Imaturos” já estão fazendo planos para torrar a miséria. Depois, no fim do ano, momento exato para contar com o 13º, os “imaturos” vão estar outra vez na lona. Bem feito, quem manda serem “imaturos”, ou…

LIBERDADE 

– “Ah, se eu tivesse dinheiro, seria livre”! Você já deve ter ouvido essa frase leviana. Os que têm dinheiro e o vivem acumulando podem ter muito, mas não têm liberdade. Liberdade é tempo. Tempo para ser, para viver. Todos podemos ser “mais” livres do que somos, mas vamos precisar para isso abrir mão de muitos dos chamados bens de consumo, escravagistas. Tempo é vida e vida é tempo, tanto que perguntamos às pessoas que idade/tempo elas têm. Se quiseres ser “livre” terás que chutar o balde do consumismo, do ter, ter, ter…

FALTA DIZER 

Os motivados, os inteligentes, os com quem a empresa pode contar, são os que quando solicitados a quebrar um galho no trabalho, quebram dois ou mais, não gemem nem pedem por horas extras… São poucos esses tipos dentro dos ambientes de trabalho, não passam de 30% do pessoal.

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