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Opinião

Enquanto é tempo

Dizem que o seguro morreu de velho. Engano. O seguro não existe, por isso não pode ter morrido, mas… Podemos de certo modo “inventar” alguns seguros na vida. Uma espécie de tapeação existencial, mas é bem melhor que nada, bem melhor que o desencanto diante dos incontornáveis.

Estou dando estas voltas em razão de uma entrevista que acabei de ler com o Muricy Ramalho. O Muricy jogou futebol, nunca foi craque, mas exuberou nos esforços e pelas camisetas molhadas de suor que ao fim das partidas deixava no vestiário… Encerrada a vida de jogador, Muricy foi para o “banco”, não como um atleta reserva, mas como treinador. E aí consagrou-se, tantos foram os títulos que conquistou por grandes equipes do futebol do Brasil. Mas o que agora interessa é o fato que aconteceu ao Muricy ao meio de sua intensa atividade de treinador. Foi nunca certa tarde…

Muricy sentiu um incômodo diferente, sobre o peito. Era o início de uma grave cardiopatia. Levado para o Hospital foi direto para a UTI. E como eu sempre disse, as pessoas só mudam de pensamentos quando chegam a uma UTI, conscientes. Quando alguém cai numa UTI e permanece consciente, ainda que em estado grave, a pessoa pensa em sua vida, reavalia o modo de viver e, quase sempre, vê que vivia errado, que se houver uma chance tudo vai mudar… Alguns têm essa sorte, a sorte de sair da UTI para uma nova vida. Muricy teve essa sorte.

Na UTI o treinador viu que não estava vivendo, vivia só o futebol, um futebol absorvente, que seca o ser humano por dentro tantas são as preocupações e as responsabilidades. Acabado um jogo, começa o próximo. Ver tapes, ler jornais, pensar nos treinos, nas táticas, estudar o adversário, enfrentar a imprensa, a torcida, tudo. O futebol branqueia cabelos e desacerta o coração. Muricy saiu da UTI e largou o futebol. – Ah, mas ele já estava rico! Isso é secundário, muitos ricos se esfalfam à morte. Sem segunda chance.

E quantos de nós vivemos assim, pobres ou ricos? Quantos, vivemos valorizando o que não nos dá vida, nos tira, isso sim, o sono, o entusiasmo, nos exaure nos esforços por mundanismos ocos, sem valor, quantos?

Se você estiver em dúvida sobre algo aparentemente significativo para você avalie bem, antes que seja tarde. Muricy teve sorte, muitos não a tiveram.

TONTICE 

A palavra era outra, bem mais contundente, mas… Deixei-a leve: tontice. Foi em razão desta manchete: – “Radares móveis são armadilhas nas rodovias federais”. Isso foi dito em Brasília. Só um bocó para dizer isso. Se o motorista se ativer às sinalizações de trânsito e às normas de decência e compostura, nenhuma “armadilha” o vai multar… Difícil lidar com cabeças de porongo.

VALORES 

Nós todos, por maioria absoluta, escolhemos os bens que nos vão ou podem fazer felizes puramente pelos conceitos dos outros, muito mais do que pelos nossos próprios sentidos. Vem daí o sucesso das publicidades de toda sorte. Somos bichos indefesos diante das publicidades e da nossa pouca consciência. E o preço dessa estultícia é o permanente inconformismo tão pronto chegamos ao com que “sonhamos” como objeto de felicidade. Irracionalidade pura.

FALTA DIZER 

Não apenas trabalhadores fazem malfeito o trabalho. Muitas empresas fazem o mesmo. Diminuem, por exemplo, a quantidade do produto na caixa ou a espessura do papel higiênico e mantêm o mesmo preço anterior. Os safados aumentam o lucro diminuindo os ganhos do cliente. Identificados, não compremos mais desses trapaceiros.

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